Alfândega aperta o cerco a encomendas do Taobao

Os Serviços de Alfândega vão reforçar as estratégias de inspecção de encomendas postais para impedir que mercadorias ilícitas entrem no território. A medida surge como resposta à popularidade dos serviços de entrega de produtos adquiridos através do Taobao. As autoridades dizem que uma boa parte dos consumidores locais não sabe que é necessária uma declaração alfandegária para importar para Macau produtos adquiridos através dos grandes portais de comércio electrónico.

A Internet deixou o mundo à distância de um clique e a compra de produtos através dos grandes portais de comércio electrónico tornou-se um acto normal para grande parte dos residentes de Macau.

O Taobao encabeça as preferências de quem já não passa sem adquirir bens pela Internet e a popularidade do gigante chinês suscitou novas formas de negócio. Como é mais caro expedir uma encomenda para Macau do que para território chinês, os consumidores locais estão dispostos a pagar a intermediários que levantam as parcelas na China e as trazem posteriormente para o território. A opção é barata e conveniente, disseram à TDM alguns clientes do Taobao: “Por vezes há problemas com o envio dos produtos que adquiro por via electrónica. Alguns chegam com muito atraso e outros são enviados para locais diferentes”, lamentou uma residente, que preferiu não se identificar.

Uma outra cliente do maior portal de comércio electrónico da República Popular da China assume que recorre com frequência aos serviços de intermediários, até porque expedir as parcelas postais para a RAEM torna os produtos mais onerosos: “Muitos residentes de Macau preferem enviar as suas parcelas para a China e recorrer aos serviços de um intermediário em vez de enviar directamente para Macau, uma vez que é uma opção mais barata”, explicou a jovem à Ou Mun Tin Si Toi.

Os negócios que floresceram ao abrigo da popularidade do Taobao podem, no entanto, ter os dias contados. Um responsável pelos Serviços de Alfândega diz que muitos residentes do território desconhecem os procedimentos a que estão obrigados sempre que adquirem produtos por via electrónica. O organismo ameaça submeter as encomendas postais a acções de inspecção aleatória com o propósito de combater práticas que são em grande medida ilegais: “De acordo com os actuais regulamentos, as companhias que transportam para Macau as encomendas postais têm de prencher uma declaração alfandegária. Os funcionários dos Serviços de Alfândega vão conduzir depois uma análise de risco. Esta análise é feita ou manualmente ou através do recurso a uma máquina de raio-X. Os nossos funcionários estão obrigados a garantir que as encomendas entram em Macau em cumprimento pleno da lei em vigor”, esclareceu Fok Man Lai.

O responsável revela que as autoridades de Macau e da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong já conduzem acções de inspecção aleatórias com o objectivo de identificar eventuais irregularidades. As autoridades deixam ainda um apelo aos residentes do território, no sentido de denunciar eventuais actividades de contrabando.

Be the first to comment

Leave a Reply

Your email address will not be published.


*


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.