Confrontos entre Paquistão e Afeganistão deixam dezenas de mortos

Fotografia: Sameer Akhtari/Unsplash

O governo afegão, liderado pelos talibã, informou neste domingo, 12 de Outubro, que dezenas de soldados paquistaneses e nove soldados afegãos morreram em intensos confrontos ao longo da fronteira entre os dois países na noite de sábado. 

As forças talibã, no poder em Cabul, anuncoiaram que atacaram soldados paquistaneses ao longo da fronteira no sábado, em resposta a um “bombardeamento realizado pelo exército paquistanês em Cabul” na quinta-feira.

Islamabad não assumiu directamente a responsabilidade pelos ataques conduzidos no final da semana, mas insistiu que tem o direito de se defender da ascensão de grupos armados que atacam território paquistanês a partir de solo afegão.

As relações entre os dois países vizinhos têm sido muito tensas desde que os talibãs regressaram ao poder no Afeganistão, no Verão de 2021.  O Paquistão acusa Cabul de proteger os talibãs paquistaneses (TTP), acusações que o Afeganistão nega.

O grupo, formado em combate no Afeganistão e que alega compartilhar a mesma ideologia dos talibãs afegãos, é acusado por Islamabad de ter matado centenas de seus soldados desde 2021.

O porta-voz do governo afegão, Zabihullah Mujahid, afirmou numa conferência de imprensa neste domingo que “58 soldados paquistaneses morreram durante a operação [na fronteira] e nove talibãs perderam a vida”. Islamabad, no entanto, não confirma o número.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, prometeu num comunicado que “não haverá concessões em relação à defesa do Paquistão, e todas as provocações serão acompanhadas por uma resposta forte e eficaz”.

O Ministério da Defesa talibã no Afeganistão comemorou no sábado o “sucesso” da sua operação, lançada “em resposta às repetidas violações e ataques aéreos em território afegão pelo exército paquistanês”.

Mujahid também adiantou este domingo que “o Paquistão atacou esta manhã e garantiu que o Afeganistão “está pronto para responder com firmeza”.

Um jornalista da AFP presente na província de Khost, no Afeganistão, confirmou os intensos disparos vindos do outro lado da fronteira, de território paquistanês.

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