
Na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong, cães, gatos e outros animais domésticos têm agora personalidade jurídica e direito a bilhete de identidade. O sistema foi criado para reforçar a proteção dos animais, combater o abandono e facilitar a vida dos donos. Inovadoras, as novas disposições têm apenas um grande óbice: não têm qualquer fundamentação oficial.
Publicações que alegam falsamente que os donos de cães, gatos e outros animais de estimação podem solicitar um bilhete de identidade de Hong Kong para os seus companheiros de quatro patas tornam-se virais nos últimos dias. Os cartões, réplicas dos documentos de identificação actualmente emitidos pelas autoridades de Hong Kong, são produzidos por várias entidades locais, incluindo por organizações de defesa dos direitos dos animais, como a Society for the Prevention of Cruelty to Animals (Sociedade para a Prevenção da Crueldade para com os Animais), mas carecem de validação oficial. As falsas alegações ganharam força nas redes sociais ao longo dos últimos dias, tendo sido mesmo partilhadas em países como o Brasil, onde a informação veiculada é dada como verdadeira.
Uma publicação na conta do Instagram do portal noticioso Pubity, com 41 milhões de seguidores, afirmava erroneamente que, em Hong Kong, os animais de estimação podem receber a sua própria identidade, uma medida promovida para apoiar o bem-estar animal, reduzir o abandono e garantir que o vínculo com as famílias é perpetuado. A publicação recebeu mais de um milhão de “likes” apenas no Instagram.
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