Covid-19. China confina meio milhão em Zhejiang

Fotografia: Viki Mohamad/Unsplash

A província de Zhejiang, que ao longo dos últimos anos tem sido o motor económico da República Popular da China, registou na terça-feira  um foco de Covid-19 que levou as autoridades locais a ordenar o confinamento de meio milhão de pessoas, assim como o encerramento de estabelecimentos comerciais em vários distrito.

Zhejiang, um polo industrial e exportador na costa leste do país, registrou 44 dos 51 casos de Covid-19 por contágio directo detectados nesta terça-feira na China, o que elevou para quase 200 as infecções desde a semana passada.

Embora o número de contágios no Continente seja minúsculo em comparação com o recrudescimento da doença noutras grandes economias, as autoridades de Zhejiang organizaram testes em larga escala e ordenaram o confinamento de várias zonas para enfrentar o surto, a poucas semanas do início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que decorrem entre 4 e 20 de Fevereiro.

Mais de 540.000 pessoas foram confinadas em Zhejiang, de acordo com as autoridades chinesas.

A imprensa chinesa informou na segunda-feira que o país detectou o primeiro caso da variante ómicron da Covid-19 na cidade de Tianjin, nas imediações de da capital chinesa.

Nos últimos dias, alguns distritos de Ningbo, o principal porto de Zhejiang, e a cidade vizinha de Shaoxing também anunciaram a suspensão de algumas operações comerciais.

Em Zhenhai, um distrito de Ningbo com uma grande base petroquímica, todas as empresas consideradas não cruciais foram obrigadas a fechar as portas. Os produtores petroquímicos reduziram as actividades.

Várias empresas da capital provincial de Hangzhou também suspenderam a produção.

Centenas de voos que descolaram de Hangzhou foram cancelados na terça-feira.

Zhejiang é uma das províncias chinesas com um Produto Interno Bruto e níveis de exportações mais elevados: “O encerramento das fábricas de Zhejiang vai afectar a cadeia de abastecimento de vário sectores, especialmente fibras e têxteis”, declarou à AFP Zhaopeng Xing, director na China da ANZ Research.

Xing considera que o impacto será similar ao registado em Setembro e Outubro, quando a China aplicou um racionamento de energia para enfrentar uma crise no abastecimento de energia eléctrica.

 

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