A China tem um papel importante a desempenhar na recuperação da economia global no pós-pandemia Covid-19, mas o seu crescimento está a desacelerar “visivelmente”, alertou na segunda-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A directora-executiva do FMI, Kristalina Georgieva, manteve uma reunião à distância com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e discutiu temas que foram da inflação à recuperação da pandemia, de acordo com um comunicado do Fundo Monetário Internacional.
“A China conseguiu uma recuperação verdadeiramente importante, mas o impulso de seu crescimento desacelerou visivelmente”, disse Georgieva. “Visto que a China é um motor vital para o crescimento global, adoptar medidas firmes para apoiar um crescimento de alta qualidade ajudará não só a República Popular da China, mas também o mundo”, acrescentou.
Em Outubro, o FMI reduziu os seus prognósticos relativos ao crescimento da China devido a um recuo acelerado dos gastos públicos, prevendo uma expansão de 8 por cento este ano e um crescimento de 5,6 por cento em 2022.
Embora os números de 2021 revelem a maior taxa de crescimento de Pequim desde 2011, os analistas advertem que a China tem no seu sector imobiliário um calcanhar de Aquiles. A economia chinesa é também ensombrada pelo aumento dos preços do carvão e por uma escassez de componentes.
Georgieva acrescentou que Pequim fez “contribuições importantes” para expandir o acesso às vacinas para poder cumprir a meta de imunizar 40 por cento da população mundial contra a Covid-19 até o fim do ano e de 70 por cento em meados do ano que vem.
Perante a continuação das disputas comerciais entre Washington e Pequim, a directora-executiva do FMI também pediu “cooperação para reduzir as tensões comerciais e fortalecer o sistema comercial multilateral”, considerando-o “um motor essencial de crescimento e do emprego”.
O FMI está a pressionar o G20, grupo dos países mais ricos do planeta, incluindo a China, para ampliar e melhorar a sua iniciativa de alívio da dívida, e advertiu na semana passada que muitos países enfrentam uma grave crise sem esta ajuda.
A Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) do G20 expira no fim do ano e Georgieva recebeu com satisfação o “compromisso contínuo com a China” tendo por objectivo o prolongamento desse alívio da dívida.
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