As negociações entre a Índia e a República Popular da China ainda não romperam um impasse a respeito de uma parte disputada da fronteira comum entre os dois países na região do Himalaias, disse o ministro da Defesa indiano na quarta-feira. Milhares de soldados dos dois lados enfrentam os rigores do Inverno no topo do mundo.
Rajnath Singh disse que “não houve resultados significativos” após várias rondas de negociações – tanto diplomáticas, como militares – visando amenizar o pior confronto fronteiriço entre os dois vizinhos em décadas: “Se o status quo se mantiver, é óbvio que a mobilização permanecerá na ordem do dia”, disse Singh durante uma entrevista à ANI, agência de notícias indiana.
Mas, de acordo com Singh, os dois lados continuam a trocar mensagens sobre a situação na fronteira e outra ronda de negociações militares está prevista para os próximos dias.
As tensões intensificaram-se em Junho depois de tropas de ambos os países se terem envolvido num combate homem a homem no vale de Galwan, em Ladakh, que faz fronteira com o planalto tibetano que se encontra sob controlo chinês.
Vinte soldados indianos morreram, a República Popular da China sofreu um número não determinado de baixas e as duas partes reforçaram a sua presença militar, transferindo homens, armas e suprimentos para a região.
No mês passado, as autoridades de Nova Deli adiantaram que as autoridades indianas e chinesas conversaram por diversas ocasiões para debater formas de implantar uma retirada escalonada: “As nossa expectativa é que algum resultado positivo possa ser alcançado através de negociações”, disse Singh.
A Índia posicionou cerca de 50 mil tropas na área contestada, alguns em altitudes de mais de 4.572 metros, onde o oxigénio escasso e as temperaturas proibitivas do Onverno podem representar risco de morte.
A Índia e a China compartilham uma fronteira de 3.800 quilómetros que nunca foi demarcada, onde os seus soldados se mantinham atidos a protocolos de longa data para evitar o uso de qualquer arma de fogo.Mas as tensões agravaram-se desde o incidente de Galwan, e os militares dos dois países, que travaram uma guerra de fronteira em 1962, acusaram uns aos outros de disparar tiros de aviso em Setembro.
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