A Coreia do Norte sugeriu na quinta-feira que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, estava embriagado quando criticou a decisão, tomada por Pyongyang, de cortar as ligações directas que mantinha com a Coreia do Sul. O regime norte-coreano teceu duras críticas aos comentários feitos pelo porta-voz da ONU.
António Guterres lamentou o anúncio, feito pela Coreia do Norte, de que vai cortar as ligações directas que mantém com Seul. O secretário-geral da ONU defendeu que tais canais “são necessários para evitar mal-entendidos ou erros de cálculo”, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric numa conferência de imprensa na quarta-feira.
“Não podemos deixar de expressar o nosso espanto por essas observações imprudentes – desprovidas de senso comum e muito menos do conhecimento básico das relações inter-coreanas – terem saído da sede das Nações Unidas”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, citado pela agência de notícias estatal KCNA.
A decisão de Pyongyang, anunciada na terça-feira, marca um novo revés no difícil processo que visava convencer a Coreia do Norte a abrir mão do desenvolvimento de armas nucleares. Ao longo de vários dias, a Coreia do Norte atacou a Coreia do Sul porque não impedie que desertores e activistas de direita enviassem panfletos e outros materiais para o outro lado do paralelo 38.
“Apenas o próprio secretário-geral da ONU poderá dizer se sofre de cegueira selectiva, ao ignorar os artigos do acordo inter-coreano que prevêm o fim de todas as hostilidades contra a outra parte. Ou isso ou está conscientemente bêbado”, defendeu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pyongyang,
O mesmo responsável defendeu que as observações da ONU “não podem ser negligenciadas” e acusou Guterres de tomar partido pelos Estados Unidos ao expressar opiniões inapropriadas e tendenciosas: “Nunca perdoamos alguém que se atreve a apontar o dedo à nossa Liderança Suprema mais preciosa e sagrada”.
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