A receita líquida da Zoom, empresa responsável por uma das ferramentas mais utilizadas durante o período da pandemia do novo coronavírus, aumentou 12 vezes entre Fevereiro e Abril em relação ao mesmo período do ano passado, um crescimento sem precedentes para uma companhia praticamente desconhecida que se tornou omnipresente devido ao surto epidémico.
Durante o primeiro trimestre do ano fiscal, a empresa com sede em San José, na Califórnia (EUA), teve um facturamento de 328 milhões de dólares, mais 169 por cento que os 122 milhões gerados durante o mesmo período de 2019. Já o lucro foi de 27 milhões, 12 vezes mais que os 2,2 milhões obtidos em Abril do ano passado.
Os accionistas embolsaram 10 cêntimos de dólar por acção nos últimos três meses, um valor não comparável ao do ano passado, pois naquela época a Zoom ainda não tinha sido lançada nos mercados bolsistas.
Durante a pandemia, a Zoom passou em questão de semanas de ter uma presença quase marginal no mercado a tornar-se numa ferramenta fundamental na vida quotidiana de milhões de pessoas em todo o mundo.
Escolas, empresas e instituições públicas de vários países estão a fazer as reuniões que costumavam realizar pessoalmente através desta ferramenta online.
Apesar do estrondoso sucesso da empresa nos últimos meses, a Zoom também tem sido criticada pelas suas falhas de segurança, que, por exemplo, permitem que terceiros “entrem sorrateiramente” em reuniões para as quais não foram convidados, bem como com problemas com a gestão da privacidade dos utilizadores: “A crise da COVID-19 desencadeou a procura por interacções face a face usando o Zoom. O número de utilizadores cresceu rapidamente à medida em que as pessoas integraram o Zoom nas suas vidas, trabalho e educação”, disse o fundador e CEO da companhia, Eric Yuan, ao apresentar as contas relativas ao primeiro trimestre.
Para o ano fiscal como um todo, a empresa projectou receitas de 1,775 mil milhões a 1,8 mil milhões de dólares.
Os bons resultados da Zoom, no entanto, foram inferiores ao esperado pelos analistas, e as acções da empresa caíram 2,81 por cento, para 202,59 dólares por acção, na negociação electrónica após o encerramento do mercado em Wall Street.
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