Um grupo pró-democracia da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong afirmou na terça-feira que apresentou uma queixa à Organização das Nações Unidas sobre o que descreveu como abuso sofrido por manifestantes anti-governamentais que estão sob custódia na antiga colónia britânica.
O proeminente grupo democrático Demosisto citou três manifestantes que supostamente foram abusados física e verbalmente pelos guardas do Departamento de Serviços Correccionais (CSD) de Hong Kong enquanto estavam detidos, inclusive sendo espancados em locais sem cameras de vigilância.
A CSD não respondeu imediatamente a um pedido de comentário feito pela agência AFP.
O governo de Carrie Lam não comentou as acusações. No passado, a polícia de Hong Kong negou o uso excessivo de força durante os protestos, alegando que agiu com moderação perante violentas manifestações.
Joshua Wong, secretário-geral do Demosisto, disse que o tratamento dos detidos se enquadra na definição de “tortura”, conforme estabelecido na Convenção Contra a Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU), e a denúncia foi enviada ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, liderado pela chilena Michelle Bachelet.
Os três manifestantes, cujos nomes foram dados apenas como Tom, Ivan e Jackson, foram mantidos no Centro Correcional de Pik Uk, um centro de detenção no distrito de Sai Kung que é usado para detidos com 21 anos ou menos, informa o grupo liderado por Joshua Wong.
Os três activistas terão sido detidos quando os tribunais da RAEHK encerraram devido ao novo coronavírus. De acordo com o Demosisto, os três jovens aguardam que o sistema judicial de Hong Kong se pronuncie sobre acusações relacionadas com o envolvimento dos três em protestos governamentais.
Quase 9 mil pessoas foram presas e 1.671 foram acusadas desde que os protestos contra o governo se intensificaram em Junho do ano passado, de acordo com a polícia.
De acordo com o Demosisto e o deputado Shiu Ka-chun, pelo menos 34 homens foram detidos em Pik Uk desde Junho de 2019. Destes, 14 ainda se encontram sob detenção.
A CSD informa que não possui dados sobre o número de pessoas detidas em relação aos protestos.
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