Hong Kong. Líderes religiosos pedem a Carrie Lam que deixe cair proposta

Fotografia: O cardeal John Tong, na imagem, perdoa Carrie Lam, mas não lhe poupa críticas.

Alguns dos líderes religiosos da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong fizeram esta quarta-feira saber que aceitaram o pedido pessoal de desculpas da líder do Governo da antiga colónia britânica, Carrie Lam, mas exigiram ainda assim ao Executivo que investigue os confrontos violentos que deixaram cerca de 80 pessoas feridas na quarta-feira da semana passada.

Num comunicado conjunto, o cardeal John Tong, líder da Igreja Católica no território vizinho e o reverendo Eric So, responsável pela comunidade protestante, defenderam que o governo deve anunciar explicitamente que não tenciona discutir a problemática proposta de lei de extradição. No sábado, a chefe do Executivo anunciou a suspensão da debate legislativo em torno do diploma.

No comunicado, os dois líderes religiosos instam o Governo a emitir “uma declaração explícita e pública de que o projecto de lei foi retirado para atender às exigências da população de Hong Kong”.

Os dois líderes religiosos também defenderam também que deve ser conduzida uma investigação sobre as tácticas utilizadas pela polícia para dispersar os manifestantes. As conclusões, defende o cardeal John Tong e o reverendo Eric So devem servir “como uma lição para o futuro”.

Ambos dizem ter aceitado o pedido de desculpas da Chefe do Executivo e aplaudem Carrie Lam por ter feito “a admissão de suas próprias limitações “.

Nem todos, na comunidade cristã da vizinha Região Administrativa Especial, afinam pelo mesmo diapasão. Um grupo, autointitulado de Equipe de Assistência Pastoral, exortou também Carrie Lam a deixar cair o diploma e a investigar os incidentes de quarta-feira passada, mas o porta-voz do colectivo, o pastor Youngman Chan, diz que o grupo se recusa perdoar Chan.

Um grupo de católicos, liderado pelo bispo auxiliar de Hong Kong, Joseph Ha, realizou esta quarta-feira uma vigília no exterior do Tribunal de Última Instância da antiga colónia britânica. O epíscopo, que já tinha exortado Carrie Lam a abrir mão da proposta de lei, diz temer que Hong Kong volte a ser palco de episódios de violência, depois da Federação de Estudantes de Hong Kong ter convocado para sexta-feira um novo cerco às instalações do Governo, em Tamar, caso as exigências da população de Hong Kong não sejam atendidas.

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