Hong Kong. Manifestantes acusam Washington de incitação aos protestos

Fotografia: RTHK

Um grupo de manifestantes pró-Governo organizou esta sexta-feira uma manifestação de protesto no exterior do Consulado dos Estados Unidos da América na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong. Os manifestantes acusam Washington de incitar os protestos na antiga colónia britânica e de utilizar a cidade como campo de batalha no diferendo comercial que mantém Pequim.

Várias dezenas de pessoas concentraram-se frente ao edifício que acolhe a representação diplomática norte-americana e acusaram o Executivo norte-americano de impulsionar os protestos e a turbulência política na vizinha Região Administrativa Especial.
O protesto foi organizado por três associações: a Federação das Associações de Vendilhões de Kowloon e dos Novos Territórios, a Hong Kong Southern District Alliance e a Real Hongkongers’ Views. Os manifestantes exigiram que Washington não interfira e se mantenha à parte dos assuntos internos da antiga colónia britânica.
De acordo com a RTHK, os responsáveis pelo protesto defendem que há potências estrangeiras a actuar em conluio com os contestatários da lei da extradição para incitar ao descontentamento. O propósito, asseguram os manifestantes, é o de utilizar Hong Kong como moeda de troca no diferendo comercial que os Estados Unidos mantêm com a República Popular da China: “Os Estados Unidos da América minaram o sistema de Hong Kong e interferiram nos nossos assuntos internos”, defendeu Jason Lam, porta-voz da organização Real Hongkongers’ View.
Lam sublinhou que o Cônsul-geral dos Estados Unidos da América em Hong Kong, Kurt Tong, criticou o Governo de Hong Kong por “várias ocasiões”, incluindo na altura em que o Partido Nacional de Hong Kong, pró-independência, foi proibido, quando candidatos ao Conselho Legislativo foram desqualificados ou quando as autoridades da RAEHK recusaram entrada a dissidentes e a críticos do Governo Central.
“Estou preocupado com a possibilidade de Hong Kong se poder vir a tornar um campo de batalha na guerra comercial”, disse Lam. “O que eles estão a fazer não só é nocivo para Hong Kong, como também vai prejudicar os interesses de cidadãos norte-americanos”, defendeu.

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