
A Confederação de Sindicatos da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong convocou esta sexta-feira uma greve geral para a próxima segunda-feira e exortou o patronato e os trabalhadores da antiga colónia britânica a associarem-se à iniciativa como forma de protesto contra a proposta de lei da extradição.
A secretária-geral da Confederation of Trade Unions (CTU), Carol Ng, defendeu que já é tempo de a população activa de Hong Kong se juntar aos jovens que têm estado na linha da frente dos protestos contra o diploma.
O grupo, que engloba os sindicatos tradicionalmente ligados ao campo pan-democrático, instou os trabalhadores a escrever às entidades empregadoras com o propósito de os notificar de que tencionam sair à rua em protesto.
Durante uma conferência de imprensa organizada esta manhã, a Confederação de Sindicatos apresentou mesmo o modelo de uma missiva que os trabalhadores que se queiram associar ao protesto poderão fazer chegar aos patrões. Na carta, os trabalhadores justificam a adesão à greve com a necessidade “de cumprir as suas responsabilidades enquanto cidadãos” e pedem a compreensão e o apoio das entidades empregadoras.
Carol Ng explicou que a carta não serve necessariamente para que os trabalhadores “peçam permissão” para se associar à greve, mas apenas para notificar os empregadores sobre as suas intenções.
A secretária-geral da organização insta os trabalhadores a associarem-se a colegas com opiniões similares no momento de notificar o patronato. Ng lembrou que a lei do trabalho na vizinha Região Administrativa Especial não oferece a protecção adequada a quem se associa a uma greve.
A responsável mostrou-se esperançada de que as entidades empregadoras possam dispensar os funcionários que se queiram associar à greve geral convocada pela Frente Civil de Direitos Humanos.
O grupo convocou os sindicatos afiliados para que convençam as empresas dos sectores em que actuam a não penalizar os trabalhadores que queiram protestar contra a proposta de lei da extradição: “Hong Kong está a passar por um momento crucial e é necessário que se faça história, que empregadores e empregados se coloquem do mesmo lado na luta contra a lei da extradição. Faço um forte apelo a todos os empregadores para que não façam a vida negra aos trabalhadores que se associem aos protestos”, disse Carol Ng, citada pela RTHK.
Um sindicato de professores e grupos de associações de estudantes também apelaram à mobilização esta sexta-feira, tendo sido secundados por várias pequenas e médias empresas que se tencionam associar à iniciativa.
As greves gerais são iniciativas quase inéditas em Hong Kong. A última vez que o território vizinho foi paralisado por uma greve geral foi no remoto ano de 1967, quando sindicatos pró-China entraram em greve contra o governo da então colónia britânica.
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