Costa Nunes: Termo de identidade e residência para suspeito de abusos

O Ministério Público aplicou a mais leve das medidas de coacção ao funcionário do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes suspeito de ter abusado sexualmente de pelo menos três crianças. O suspeito fica sujeito a apresentações periódicas junto das autoridades locais.

O Ministério Público aplicou a medida de coacção de termo de identidade e residência ao cidadão de nacionalidade filipina suspeito de ter molestado sexualmente pelo menos três crianças de uma turma do primeiro ano do ensino pré-primário do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes.

Numa nota de imprensa publicada ao início da tarde, o gabinete da Procuradoria informa que o arguido, um funcionário do infantário, vai permanecer em liberdade, ainda que sujeito a apresentações periódicas junto das autoridades do território.

No comunicado, o Ministério Público lembra que o crime de abuso sexual de crianças é punido com pena de entre um a oito anos de prisão. O facto de estarem a ser investigadas três queixas distintas constitui circunstância agravante, explica o organismo na mesma nota.

A aplicação do termo de identidade e residência ocorre menos de um dia depois do funcionário ter sido constituído arguido. Ontem, os responsáveis pelo Jardim de Infância D. José da Costa Nunes estiveram reunidos com os pais e encarregados de educação das crianças que frequentam o estabelecimento de ensino e adiantaram que o inquérito interno aos alegados abusos perpetrados pelo suspeito deve estar concluído na próxima semana.

Numa longa e tensa reunião, que se arrastou por mais de quatro horas e que terminou por volta das 22h30, a direcção do infantário esclareceu que o inquérito já está em curso e deverá estar finalizado na próxima semana, disse ao Canal Macau um dos pais que estiveram presentes no encontro.

Questões como a progressão dos acontecimentos, o apuramento de eventuais responsabilidades e a definição de estratégias de prevenção foram abordadas, por vezes de forma exaltada, pelos pais das crianças matriculadas no estabelecimento. Algumas das explicações avançadas pela direcção do D. José da Costa Nunes não convenceram muitos dos pais presentes: “Algumas das dúvidas que os pais tinham ficaram sem resposta. Não nos conseguiram explicar, por exemplo, porque razão é que alguém que foi contratado para fazer limpezas andava a mudar a fralda e a limpar as crianças”, disse à emissora em língua chinesa da Rádio Macau um pai que se apresentou apenas pelo apelido Chan.

Em declarações à Ou Mun Tin Si Toi, o canal em língua chinesa da TDM, uma outra mãe sublinhou que a relação de confiança que os país mantinham com o infantário foi inevitavelmente afectada pelos acontecimentos dos últimos dias: “Sempre houve grande confiança entre a escola e os pais e encarregados de educação, ao ponto dos pais todos os dias saúdarem os contínuos e funcionários com um sorriso. Toda a gente está bastante desapontada com o que aconteceu”, explicou a encarregada de educação.

 

 

 

 

 

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