A gestora chinesa Meng Wanzhou, directora executiva da Huawei, voltou a apresentar-se perante um tribunal canadiano na segunda-feira, na etapa final da batalha para evitar a sua extradição para os Estados Unidos da América, ao fim de mais de dois dois anos de uma disputa com contornos legais e diplomáticos.
A filha de Ren Zhengfrei, fundador e director executivo da empresa, enfrenta nos Estados Unidos acusações de fraude bancária e conspiração, devido às atcividades comerciais de uma antiga subsidiária da Huawei, que teria violado as sanções dos Estados Unidos contra o Irão.
Wanzhou é acusada de ter mentido ao banco de investimentos HSBC sobre a relação da Huawei com a subsidiária Skycom, colocando o banco sob o risco de violar as sanções norte-americanas. Se for declarada culpada, a gestora poderá ser condenada a mais de 30 anos de prisão nos Estados Unidos. Tanto a executiva como a empresa, maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicação, negam as acusações.
Numa altura em que o caso entra na sua recta final, os advogados de defesa vão alegar que os abusos cometidos pelo Canadá e pelos Estados Unidos da América tiraram a Meng Wanzhou o direito a um processo justo. Na segunda-feira, a equipa de defesa argumentou que a executiva não poderia ter enganado os responsáveis pelo HSBC durante uma reunião em Hong Kong em 2013, porque o banco já sabia que a Huawei ainda controlava a Skycom, apesar de a ter vendido em 2007 à empresa fantasma Canicula Holdings.
O caso afectou as relações diplomáticas entre o Canadá e a China, o seu segundo maior parceiro comercial, atrás dos Estados Unidos da América.
Meng permanece em prisão domiciliar na sua mansão na cidade canadiana de Vancouver. O final do julgamento que vai decidir ou não a sua extradição está previsto para meados de Maio, se não houver recurso.
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