O vírus responsável pela Covid-19 já contaminou mais de cinco milhões de pessoas na Europa, onde a França pode vir a seguir o exemplo da Inglaterra e aumentar as restrições a que a população da capital, Paris, está sujeita.
No total, 5.000.421 casos foram contabilizados oficialmente na Europa, onde a pandemia provocou 227.130 mortes, de acordo com o balanço da AFP feito até esta quarta-feira.
Um outro número simbólico foi superado na terça, nos Estados Unidos, país onde a doença já matou mais de 200 mil pessoas. No Velho Continente, mais de 380.000 novos casos foram declarados nos últimos sete dias, o que corresponde ao maior número de infecções declarados na região numa única semana desde o início da pandemia.
O aumento das infecções detectadas é parcialmente explicado pelo aumento acentuado do número de testes realizados em alguns países europeus. Na França, por exemplo, são mais de um milhão de testes por semana.
Perante um forte aumento na taxa de incidência do vírus em Paris, que agora chega a 204 casos por 100 mil, as autoridades podem anunciar esta quarta-feira medidas mais rígidas para a capital.
Estão previstas a proibição da venda de bebidas alcoólicas a partir das 20h, a proibição de todas as aglomerações com mais de dez pessoas, bem como a redução do número máximo permitido para grandes aglomerações, de 5.000 para 1.000 pessoas.
Já o Reino Unido, o país mais afectado no continente europeu, com quase 42.000 óbitos confirmados por covid-19, o número de infecções tem vindo a dobrar a cada sete dias. O cenário obrigou o primeiro-ministro Boris Johnson a tomar novas medidas na Inglaterra para impedir que o país sucumba a uma segunda vaga. A partir de quinta-feira, pubs, bares e restaurantes deverão fechar as portas às 22h na Inglaterra.
Num país onde o uso de máscara não está muito disseminado, a obrigação vai abranger, a partir de agora, funcionários dos estabelecimentos comerciais, utilizadores de táxis e funcionários e clientes de restaurantes, excepto para comer e beber.
O governo cancelou o regresso do público aos eventos esportivos, previsto para 10 de outubro. Além disso, a infração às regras será punida com “penas mais severas”, advertiu o primeiro-ministro, que prometeu uma “presença policial maior nas ruas”.
Resposta ambígua em Espanha
“Nunca, na nossa história, o nosso destino colectivo e a nossa saúde colectiva dependeram tão completamente de nosso comportamento individual”, afirmou Boris Johnson numa mensagem à nação exibida na terça-feira, no horário nobre da televisão.
Os cientistas que aconselham o governo afirmaram que o Reino Unido poderia alcançar o nível de 50.000 novos casos de coronavírus por dia em meados de Outubro, caso as novas medidas não sejam adoptadas.
Em Espanha, outro país europeu muito afectado pela Covid-19, o governo deu a conhecer 241 mortes nas últimas 24 horas, um recorde desde o início da segunda vaga. As autoridades espanholas diagnosticaram ainda 10.799 novos casos de contágio.
Neste momento, 850.000 moradores de vários bairros e localidades de Madrid que registam uma aceleração do número de casos podem sair das suas áreas de residência apenas por razões de primeira necessidade, como seguir para o trabalho, procurar um médico ou levar as crianças ao colégio.
O ministro da Saúde, Salvador Illa, recomendou que todos os moradores de Madrid limitem as deslocações ao “essencial”.
Por toda a Europa, grandes eventos estão a ser reduzidos ou cancelados. Pela primeira vez desde 1944, a cerimónia de entrega dos prémios Nobel não acontecerá de maneira presencial e será exibida na televisão.
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