Detido por defraudar amigo em quase meio milhão de patacas

Um residente de Macau foiu detido na quinta-feira da semana passada por defraudar um antigo amigo de infância em mais de 485 mil patacas. O suspeito alegou que conseguia ajudar a mãe da vítima a recuperar 200 mil dólares de Hong Kong que a mulher tinha perdido numa outra burla, no âmbito de um esquema de namora online.

De acordo com Cheong Kam Fai, porta-voz da Polícia Judiciária,  o suspeito é um jovem na casa dos vinte anos, de apelido Lei. Segundo a polícia de investigação do território, a vítima, que está na casa dos trinta, informou as forças de segurança na última terça-feira que a mãe tinha perdido cerca de 200 mil dólares de Hong Kong, depois de ter começado a relacionar com um homem através da Internet. O golpista terá pedido o dinheiro emprestado para alugar um espaço na Tailândia com o propósito de ali alugar produtos químicos.

O filho da mulher contou a um amigo de infância Lei, sobre o caso e o suspeito garantiu que seria capaz de ajudar por meio de uma investigação privada e de conhecimentos “influentes” que tinha na República Popular da China, de onde o golpista seria alegadamente oriundo.

Lei disse, no entanto, à vitima que tinha que avançar primeiro com dinheiro para custear a investigação e suportar outras despesas.

Numa conferência de imprensa realizada na última sexta-feira, o porta-voz da Polícia Judiciária disse que Lei abriu uma conta no WeChat, fingindo ser alguém com contactos privilegiados no Continente. O suspeito terá depois contactado a vítima para o informar de que alguns membros de uma rede de burlões já tinham sido detidos, mas alegou necessitar de mais dinheiro para que a investigação pudesse prosseguir.

De acordo com Cheong Kam Fai, a vítima pagou no total cerca de 480 mil patacas em 20 prestações entre Junho e Setembro. Lei disse ao amigo de infância que tinha transferido o dinheiro para a pessoa que estava a investigar o caso.

Quando a vítima completou os pagamentos, o suspeito terá exigido mais 80 mil patacas, mas o pedido foi recusado por falta de capital.

O burlão exigiu o pagamento de pelo menos cinco mil patacas para garantir a segurança da mulher que esteve na origem do caso. Lei não se contentou e continuou a exigir mais dinheiro, o que levou a vítima a considerar que estava a ser alvo de burla e a denunciar o caso à polícia.

Os investigadores da PJ identificaram o suspeito e descobriram que se preparava para deixar Macau. Lei foi detido com a auxílio da Polícia de Segurança Pública nas Portas do Cerco.

Submetido a interrogatório, o suspeito admitiu que cometeu o crime e que gastou parte do dinheiro para suportar as suas despesas diárias. O restante dinheiro, de acordo com Cheong Kam Fai, foi transferido por Lei para uma conta bancária. O caso foi transferido para o Ministério Público. O suspeito poderá ter que responder perante a justiça pelos crimes de fraude e extorsão.

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