O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, garantiu este domingo (6) que o seu governo assinou “documentos de confidencialidade” para iniciar testes em pacientes venezuelanos com as vacinas contra a Covid-19 anunciadas pela Rússia e por Cuba.
“A nossa prioridade é a vacina. Com os russos, com os cubanos, com os chineses já assinamos os documentos de confidencialidade e a qualquer momento vamos anunciar o início dos testes das vacinas russa e cubana na Venezuela, em pacientes venezuelanos”, anunciou o mandatário, durante uma inicativa em Caracas.
A Venezuela disse ter a intenção de produzir a vacina russa e que cerca de 500 pessoas já se ofereceram para a testar.
A Rússia, um dos principais aliados de Maduro, anunciou em 11 de Agosto ser o primeiro país a aprovar uma vacina contra a covid-19, baptizada de ‘Sputnik V’.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que aprovar uma vacina ‘candidata’ requer uma revisão rigorosa dos dados de segurança.
Durante a pandemia, a Venezuela – imersa na pior crise de sua história contemporânea – recebeu fármacos provenientes da Rússia, país com o qual mantém relações estreitas desde o governo do falecido Hugo Chávez (1999-2013).
Cuba, a sua outra alidada, iniciou em 24 de Agosto o período de testes clínicos em humanos de sua própria vacina contra a covid-19, baptizada de ‘Soberana 01’ e cujos resultados devem ser publicados em Fevereiro de 2021.
Desde a chegada, em Março, do vírus à Venezuela, país com 30 milhões de habitantes, registaram-se 53.289 casos confirmados e 428 óbitos, de acordo com dados oficiais, questionados pela oposição e por organizações como a Human Rights Watch, que os considera subestimados.
A pandemia encontrou a Venezuela com um precário sistema de saúde público, além de uma escassez de remédios, sintomas do colapso económico que causou o êxodo de cerca de 5 milhões de pessoas desde o final de 2015, de acordo com a ONU.
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