Banco Mundial prevê recuo de 5,2 por cento na economia global

A economia mundial vai sofrer uma contracção de 5,2 por cento este ano, naquela que é a maior queda desde o final da 2º Guerra Mundial, em 1945. O tombo é uma consequência do “rápido e enorme” impacto da pandemia de COVID-19. A Ásia será a única região que irá regista crescimento positivo, prevê o Banco Mundial.

“São perspectivas profundamente sóbrias, com uma crise que poderá deixar cicatrizes duradouras e desafios globais gigantescos”, disse Ceyla Pazarbasioglu, vice-presidente para o Crescimento Equitativo do Banco Mundial, ao apresentar o relatório semestral “Perspectivas Económicas Globais”.

A previsão da instituição aponta para que o rendimento per capita diminua 3,6 por cento a nível global, o que significa que o rendimento de entre 70 a 100 milhões de pessoas pode vir a cair abaixo da linha da pobreza extrema, o que poderá significar que terão que sobreviver com menos de 1,90 dólares por dia.

De acordo com o estudo, todas as regiões do mundo serão impactadas pela recessão, excepto a Ásia, que crescerá 0,5 por cento, impulsionada pela recuperação da República Popular da China no segundo semestre do ano, com uma taxa de crescimento estimada de um por cento.

Em contrapartida, a América Latina será a região com o declínio mais acentuado, na ordem dos 7,2 por cento, o maior em mais de duas décadas. O Brasil deverá registar uma contracção de 8 por cento este ano, o México de 7,5 por cento e a Argentina de 7,3 por cento.

Os Estados Unidos da América, por outro lado, deverão ver a economia recuar 6,1 por cento este ano, e a Zona Euro 9,1 por cento, de acordo com o relatório do Banco Mundial: “A actual crise de saúde pública já colocou a descoberto a derrapagem mais abrupta e rápida desde o início dos registos. Se o passado servir de guia, deverão ocorrer quebras maiores do que as previstas, o que significa que as autoridades têm de estar preparadas para aplicar medidas adicionais de apoio à actividade económica”, acrescentou Ayhan Kose, responsável pelo relatório de perspectivas do banco.

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