
Os Governos e o poder político poderiam impedir que a camada de gelo da Antárctida ocidental deslize para o oceano e inunde cidades costeiras se investirem num projecto de engenharia que visa cobrir a vasta superfície do continente com “neve artificial”. A sugestão é avançada num estudo publicado na quarta-feira por investigadores alemães.
Os investigadores acreditam que as alterações climáticas já causaram níveis de degelo tão grandes que a gigantesco camada de gelo que cobre a Antárctida está em processo de desintegração. O processo poderá, eventualmente provocar, aumento global do nível do mar de até três metros ao longo dos próximos séculos.
Os autores do novo estudo avaliam a possibilidade de poderem vir a ser utilizadas 12 mil turbinas eólicas para bombear água do mar a 1.500 metros de altura, onde ela congelaria, transformando-se numa espécie de neve artificial que exerceria peso sobre a camada de gelo impedindo que ela se desintegre ainda mais: “Já acordamos o gigante da dissolução no pólo sul”, defendeu Anders Levermann, professor do Instituto para Pesquisa de Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha, referindo-se ao lençol de gelo que cobre a Antárctida.
“Estamos num ponto de não retorno se não fizermos nada”, disse Levermann, que é co-autor do estudo publicado na revista Science Advances, à Reuters. “Podemos tentar regressar a um o ponto de estabilidade com uma pequena intervenção agora, ou poderíamos ter que fazer intervenções cada vez maiores depois”, defende o investigador.
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