O Instituto Cultural não tenciona exigir responsabilidades legais a Mario Ho Yau Kwan. O filho do magnata Stanley Ho e da deputada Angela Leong On Kei foi filmado a escrever na parede de um edifício situado nas imediações das Ruínas de São Paulo, no âmbito de um reality show da televisão chinesa filmado há dois anos.
Numa reposta enviada à Macau News Agency, o Instituto Cultural diz que o imóvel em questão, de propriedade privada, não é um edifício classificado. O organismo liderado por Mok Ian Ian adianta ainda que cabe ao proprietário do prédio exigir que sejam exercidas responsabilidades legais por eventuais danos causados ao imóvel.
Mario Ho, de 24 anos, fez na semana passada as manchetes da imprensa cor-de-rosa da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong, ao pedir em casamento a modelo chinesa Ming Xi. A proposta, extravagante, teve como palco um dos maiores centros comerciais de Xangai, onde Ho mandou edificar um castelo com 99 999 rosas.
O 17º filho de Stanley Ho e Ming Xi começaram a namorar em 2017, depois de terem participado num programa televisivo denominado “Mr. Left, Mr. Right”. As imagens que colocaram Mario Ho no centro de um turbilhão de críticas – e que mostram o jovem a escrever uma mensagem romântica na parede de um edifício situado na Travessa da Paixão, à sombra das Ruínas de São Paulo – foram gravadas no âmbito do programa. No rescaldo do noivado de Ho Yau Kwan e de Ming Xi, a estação de televisão que produziu “Mr. Left, Mr. Right” emitiu de novo o programa e o alegado atentado ao património de que Mario Ho é acusado não passou despercebido.
No domingo, a Directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena Senna Fernandes, esclareceu que o Governo tinha a intenção de investigar o acto imponderado do jovem Ho, dado que a inscrição foi feita num edifício situado na zona tampão de protecção a imóveis que integram a lista do Património Mundial da UNESCO.
Nas respostas enviadas à Macau News Agency o Instituto Cultural desmente a informação de que o programa terá sido gravado sem autorização. O organismo diz que recebeu, em Novembro de 2017, um pedido para que um programa televisivo fosse gravado na Travessa da Paixão. O pedido não referia, no entanto, o gesto de Mario Ho que incendiou as redes sociais nos últimos dias: “Com base nas informações apresentadas pelo requerente, a Travessa da Paixão foi um dos locais de filmagem autorizados, mas o requerente não mencionou a intenção de proceder à inscrição no edifício”, declarou o Instituto Cultural.
Apesar de o imóvel ser de propriedade privada e de não constar da lista do património classificado, o Instituto Cultural lembra que o prédio está situado na zona tampão do Património Mundial. O organismo assegura que mantém contacto frequente com o proprietário com o propósito de assegurar que as características da zona são preservadas: “O Instituto Cultural atribui grande importância à promoção da conservação do património e à educação tendo em vista essa mesma conservação. O IC tem procurado consciencializar residentes e visitantes para a importância de se promover a protecção do património. Este trabalho tem sido feito através de vários canais, incluíndo vídeos, inspecções no local, panfletos e publicidade através da Internet, entre outros. As acções de consciencialização abrangem questões como a imposição de graffitis, a instalação de placas ou a construção em edifícios históricos”, explica o IC. “Na segunda metade do ano, o Instituto Cultural vai instalar stands em vários pontos do território com o propósito de promover a conservação do património mais regularmente. Os stands vão focar em particular questões como os graffiti e as obras em zonas patrimoniais, de modo a promover uma maior tomada de consciência quanto à necessidade de se conservar o património”, complementa o organismo liderado por Mok Ian Ian.
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