Pandemia adia processo de descontaminação de Fukushima

A extracção do combustível fundido na central nuclear japonesa de Fukushima, que se encontra desactivada desde 2011, será adiada por um ano porque a pandemia de coronavírus atrasou o desenvolvimento de equipamentos especializados para a tarefa, anunciou na quinta-feira a empresa responsável pelas operações no complexo nuclear.

A Tepco – Tokyo Electric Power Company –  planeava começar a remover o combustível fundido de um dos reactores no próximo ano, uma década após a tripla catástrofe – terramoto, tsunami e acidente nuclear – que atingiu o Japão em 11 de Março de 2011.

A operação é considerada a mais complexa do processo de desmontagem, que deve durar entre 30 a 40 anos. A Tepco planejava fabricar um braço robótico no Reino Unido e, em seguida, transferi-lo para o Japão no começo de 2021 para iniciar a extracção: “Devido ao aumento das infecções por coronavírus no Reino Unido, o desenvolvimento foi travado”, explicou Akira Ono, director da filial da Tepco responsável pela desmontagem, numa conferência de imprensa. A empresa agora quer agora testar os robots no Japão.

O processo levará vários anos no caso do reactor 2, que contém 237 toneladas de combustível fundido e escombros, segundo a agência de notícias Kyodo. Os reactores 1, 2 e 3 da usina contêm um total de 880 toneladas dessa mistura.

A desastre de 11 de Março de 2011 causou cerca de 18 mil mortes ou desaparecimentos no Japão. O acidente nuclear de Fukushima foi o mais grave desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

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