Washington acusa Pequim de perseguir dissidentes no seu território

Fotografia: Tingey Injurty Law Firm/Unsplash

Os Estados Unidos da América acusaram Pequim na quarta-feira de perseguir activistas chineses radicados no seu território.

“Os Estados Unidos não vão tolerar acções flagrantemente ilegais que tenham como alvos os residentes americanos, em solo americano, e minem os nossos estimados valores e direitos”, disse o procurador Breon Peace, que anunciou acusações contra cinco homens.

Peace relatou que “três casos envolvem campanhas para silenciar, perseguir, desacreditar e espiar os residentes americanos simplesmente por exercerem a sua liberdade de expressão”.

No primeiro caso, Lin Qiming, agente do Ministério da Segurança do Estado chinês, foi acusado criminalmente de conspirar para difamar um dissidente chinês residente em Nova Iorque que concorre ao Congresso daquele estado. Embora o dissidente não tenha sido identificado, o seu perfil coincide com o de Yan Xiong, antigo líder estudantil dos protestos pró-democracia de 1989 na Praça da Paz Celestial.

Segundo a denúncia, Lin entrou em contacto com um investigador particular nos Estados Unidos à procurar de informações comprometedoras sobre Yan, que fugiu para os Estados Unidos em 1992, serviu no Exército americano como capelão e anunciou em Setembro que procurava a indicação do Partido Democrata para uma cadeira por Long Island no Congresso de Nova Iorque.

Num segundo caso, o Ministério Público acusou Shujun Wang, de 73 anos, um académico nascido na China e que mora no bairro de Queens, Nova Iorque, de actuar como agente do governo chinês.

Wang, que foi preso na quarta-feira e pode ser condenado até 20 anos de prisão, fundou uma organização pró-democracia, mas desde 2015 “actua em sigilo sob a direcção e o controlo de vários oficiais do MSS”, de acordo com o Ministério Público norte-americano.

No terceiro caso, Fan “Frank” Liu, 62, e Matthew Ziburis, 49, ambos de Nova Iorque, e Quiang “Jason” Sun, 40, da China, foram acusados de actuar como agentes do governo chinês e conspirar para desacreditar activistas pró-democracia que vivem nos Estados Unidos.

 

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