O arquipélago das ilhas Tonga encontra-se coberto por uma densa camada de cinza e com a costa arrasada pelo embate de ondas gigantes, de acordo com imagens aéreas obtidas esta terça-feira por voos de reconhecimento depois do desastre natural que atingiu no sábado esta nação do Pacífico Sul.
A Força Aérea da Nova Zelândia enviou hoje um avião P-3K2 Orion para observar o impacto da erupção vulcânica e posterior tsunami registado no sábado, que deixou o país insular praticamente incomunicável.
As fotografias mostram uma paisagem lunar, onde a cinza cobre todo o território, e danos extensivos em dezenas de edifícios na ilha de Tongacapu, a mais populosa do país e onde se encontra a capital, Nuku’alofa.
A pista de aterragem do aeroporto da capital ficou severamente afectada, o que impede a chegada dos aviões com ajuda humanitária.
Fotografias recentes do Centro de Satélites das Nações Unidas (UNOSAT) mostram também uma devastação semelhante noutras ilhas habitadas do país, tais como Uoleva, Nomuka e Uiha, com graves inundações e acumulação de cinza.
A violenta erupção do vulcão Hunga Tonga Hunga Ha’apai, que lançou vapor e cinzas a cerca de 20 quilómetros de altura, criou um tsunami que atingiu várias nações do Oceano Pacífico, incluindo as costas dos Estados Unidos, Austrália, Peru, Chile e Japão.
A erupção do Hunga Tonga Hunga Ha’apai, que foi ouvida a centenas de quilómetros de distância, também levou o vulcão a desaparecer da superfície marinha.
As imagens do UNOSAT revelam que apenas duas pequenas porções de terra continuam acima do nível do mar após a erupção, enquanto alguns dias antes estas duas porções sobreviventes – parte do cone do vulcão subaquático – eram muito maiores e unidas por uma língua de terra com 1,2 quilómetros de largura.
Apesar da devastação generalizada, as autoridades confirmaram até agora apenas duas fatalidades, embora se espere que o número aumente à medida que se vá conhecendo a verdadeira extensão da catástrofe neste arquipélago de 169 ilhas.
O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) salientou que ainda não há contacto com os habitantes das ilhas Ha’pai, e indicou que as preocupações se concentram principalmente em Manga e Fonoi.
As autoridades receberam sinais de socorro a partir destas duas ilhas, habitadas por 36 e 69 pessoas, respectivamente, segundo o censo oficial, e que estão praticamente ao nível do mar.
A Cruz Vermelha estima que cerca de 80.000 pessoas, da população total do país de 105.000, foram afectadas por esta catástrofe, enquanto que os especialistas não excluem outros incidentes de natureza vulcânica.
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