Evergrande suspende negociação na bolsa de Hong Kong

Fotografia: Nick Chong/Unsplash

O grupo Evergrande voltou esta segunda-feira a suspender as operações na Bolsa de Valores de Hong Kong. A empresa imobiliária, com níveis recorde de endividamento, não avançou com qualquer explicação para o sucedido, explica o portal noticioso chinês Sina.

A imprensa da China continental dá conta de um documento do governo local de Danzhou, uma localidade situada na ilha de Hainão, que ordenou à Evergrande que demolisse 39 edifícios no prazo de dez dias. As autoridades consideram que o projecto viola as “leis do planeamento urbano e rural”. O grupo não teceu qualquer comentário sobre a questão.

A 31 de Dezembro, numa mensagem de fim de ano dirigida aos empregados do grupo, o presidente e fundador do grupo Evergrande, Xu Jiayin anunciou que a retoma dos projectos imobiliários do conglomerado tinha atingido 91,7 por cento. O gestor assegurava ao mesmo tempo um “futuro brilhante” para a empresa.

Em Dezembro, a agência de notação de dívidas Fitch tinha considerado que o Evergrande se encontrava tecnicamente em liquidação, por não pagar os montantes devidos aos detentores de obrigações.

A agência de notação falava na altura de “incerteza” sobre a situação do grupo, que criou recentemente um “grupo de controlo de risco”.

Após a criação dessa unidade, o banco central chinês e os reguladores bancários e bolsistas garantiram de que o risco de contágio da crise despoletada pelo Evergrande era “controlável”.

A 26 de Dezembro, o gigante imobiliário assegurou que o número de casas entregues aos compradores atingiria 39.000 até ao final de Dezembro, um valor mais elevado do que do que aquele que foi registado nos três meses anteriores.

No final de 2021, alguns analistas notaram que o Partido Comunista da China tinha atenuado a linguagem com que se referia ao sector imobiliário. O sinal foi interpretado como uma possível atenuação das restrições de Pequim ao acesso ao financiamento bancário a que estavam sujeitos os promotores mais endividados.

O grupo Evergrande acumula passivos de mais de 300 mil milhões de dólares. No ano passado, as acções da empresa perderam 89 por cento do seu valor.

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