
O cantor americano Tony Bennett, de 94 anos, revelou que foi diagnosticado com Alzheimer em 2016, mas não revelou se as suas condições de saúde impedem que continue a cantar e a actuar.
Bennett fez o anúncio num extenso artigo publicado na segunda-feira pela AARP The Magazine, amplamente divulgado entre a Associação Americana de Pessoas Aposentadas (AARP): “A vida é um presente, mesmo com Alzheimer”, disse Bennett num tweet que incluía um link para o artigo.
Os últimos anos de carreira do cantor, que alcançou inúmeros sucessos, foram particularmente intensos apesar da doença, sendo a pessoa mais velha a atingir o primeiro lugar no top de vendas nos Estados Unidos com o álbum de duetos que gravou com Lady Gaga.
O artigo da AARP diz que um segundo álbum com a estrela pop será lançado na Primavera: “Cantar é tudo para ele. Tudo”, disse Susan Benedetto, esposa de Bennett. “Salvou a sua vida por várias vezes”.
Os neurologistas encorajaram o cantor, que começou sua carreira em 1945, a continuar a fazer música e a cantar em casa para manter o seu cérebro estimulado, acrescentou a revista.
O artigo refere-se a imagens das sessões de Bennett com Lady Gaga, nas quais o cantor às vezes aparece “perdido e desorientado”.
Lady Gaga parece estar ciente da condição de Bennett, diz o artigo, a quem se dirige com frases curtas e simples que os especialistas da doença de Alzheimer dizem ser as melhores para comunicar com aqueles que padecem da doença: “Você soa óptimo, Tony”, ela diz a determinada altura, e ele responde “Obrigado”.
Numa cena, antes de subir ao palco, Bennett é descrito como “completamente sem noção de onde está”: “Mas no momento em que você ouve o locutor lançar ‘Senhoras e Senhores, Tony Bennett!’, ele entra em modo de actuação”, observa o artigo da AARP.
A sua última apresentação pública decorreu a 11 de Março do ano passado em Nova Jersey, antes que a pandemia encerrasse decretasse o fim da sua digressão: “Este foi um golpe severo do ponto de vista cognitivo”, disse um dos seus neurologistas, Gayatri Devi, à revista. “A sua memória antes da pandemia era muito melhor. E ele não está sozinho. Muitos dos meus pacientes foram afectados negativamente pelo isolamento, pela incapacidade de fazer coisas que importam para eles”, disse ele.
“Para alguém como Tony Bennett, o grande impulso que recebia com as suas performances era muito importante”, acrescentou.
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