Planeta calcinado por incêndios quase há um ano

Vários países têm sido devastados recentemente por incêndios atribuídos ao impacto do aquecimento global, mas também a focos de desmatamento e queimadas fora de controle. Eis algumas das nações mais afectadas pelo flagelo.

 Brasil

Entre Janeiro e Agosto, os incêndios florestais consumiram 121.318 km2 no Brasil, dos quais 34.373 km2 na região amazónica e 18.646 km2 no Pantanal, a maior área húmida do planeta, de acordo com o INPE, órgão do governo responsável pela gestão das zonas protegidas.

Os incêndios começam todos os anos em Junho/Julho, com a estação seca, e duram até Outubro.

As deflagrações devem-se principalmente à desflorestação e a queimadas que muitas vezes saem do controle, como este ano no Pantanal devido a uma seca excepcional.

Também está em jogo a retirada dos restos de madeira do ano anterior, principalmente na Amazónia, onde praticamente todas as queimadas têm origens ilegais.

Argentina

O delta do rio Paraná argentino, um dos mais ricos em biodiversidade do mundo, foi atingido por uma terrível seca e, desde o início do ano, tem sido  afectado por incêndios de uma forma sem precedentes.

No total, os incêndios afectaram 11 das 23 províncias argentinas, destruindo cerca de 120.000 hectares.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, 95 por cento dos incêndios florestais são causados pelo homem, através de pontas de cigarro mal apagadas, fogueiras ou devido à desflorestação e a queimadas em terrenos baldios.

A falta de chuvas, altas temperaturas, a baixa humidade ou ventos fortes contribuem para sua disseminação.

Austrália

Entre o final de 2019 e o início de 2020, os incêndios florestais causaram estragos numa área fortemente afectada pela seca da Austrália, matando cerca de 30 pessoas e deslocando ou matando quase 3 mil milhões de animais.

Foram os maiores e mais longos incêndios florestais da história moderna do país. Segundo os cientistas, a gravidades da sequência de fogos florestais deve-se, em grande medida, ao impacto do aquecimento global.

Rússia

Neste Verão, o serviço aéreo de protecção florestal da Rússia combateu pelo menos 197 incêndios em território russo. As chamas destruíram mais de 43.000 hectares, principalmente na região de Yakutia.

Outros 380 mil hectares arderam na Sibéria, dado que a política do governo é não combater os incêndios quando estes ocorrem em áreas muito isoladas, como enormes florestas desabitadas.

De acordo com o serviço europeu de investigação das alterações climática Copernicus, os gigantescos incêndios deste verão na Sibéria foram favorecidos por temperaturas recorde, bem acima do normal, bem como solos menos húmidos do que o normal.

Indonésia

A Indonésia, onde grandes incêndios devastaram as florestas das ilhas de Sumatra e Bornéu em 2019 (1,6 milhão de hectares destruídos), gerando gases tóxicos e emissões maciças de gases de efeito estufa, este ano mobilizou dezenas de milhares de pessoas e aviões de combate às chamas contra os primeiros incêndios da temporada.

Os incêndios costumam ter origem na preparação de lotes para a agricultura, como plantações de óleo de palma, mas muitas vezes as queimadas ficam fora de controlo.

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