Um passo atrás no regresso à normalidade: Israel anunciou no domingo um novo confinamento nacional, tornando-se o primeiro país fortemente atingido pelo novo coronavírus a aplicar tal medida. A Europa, por sua vez, continua a lutar contra um novo aumento do número de casos. A Áustria já reconheceu que está anunciou que está a enfrentar uma segunda vaga da pandemia.
“O governo decidiu este domingo aplicar um confinamento estrito de três semanas, com a opção de prolongar a medida”, declarou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. As autoridades isrealeitas impuseram na semana passada um toque de recolher obrigatório em cerca de 40 cidades israelitas, principalmente nas localidades árabes e ultraortodoxas, o que não impediu um aumento do número de casos.
Em pleno período da celebração do Ano Novo judaico, o país enfrentou nos últimos dias um debate entre partidários de um confinamento parcial e de um geral. O governo optou não apenas pelo confinamento geral, mas também estendeu a medida por três semanas, alcançando o grosso da celebração das festas judaicas, para tentar conter a propagação da doença num período em que as famílias costumam reunir-se em casa e nas sinagogas.
De acordo com dados compilados pela AFP, Israel foi o segundo país com maior número de casos per capita nas últimas semanas, atrás do Barein, o seu mais recente aliado diplomático, nação com a qual assinará esta semana um acordo de normalização das relações. A taxa de contágio em Israel voltou a subir, com mais de 153 mil casos numa população de 9 milhões de habitantes.
A pandemia já provocou pelo menos 921.097 mortes no mundo desde que a representação da Organização Mundial da Saúde (OMS) na China foi notificada para o aparecimento da doença, em Dezembro de 2019, de acordo com um balanço estabelecido pela AFP e actualizado na manhã deste domingo, com base em dados oficiais recolhidos por todo o mundo.
A temida segunda vaga
Apesar do aumento dos casos em vários países europeus, até agora nenhuma nação europeia decretou confinamento a nível nacional. Nas últimas 24 horas, a França registou mais de 7 mil casos, depois de, na véspera, ter ultrapassado a barreira dos 10 mil casos diários, próxima do pico da primeira onda, em Abril. As autoridades francesas descartaram impor mais restrições, apesar de reconhecerem a “clara pioria” em termos de infecções.
Na Áustria, o chanceler Sebastian Kurz anunciou que o país está “no começo da segunda onda” e que, em breve, serão superados os mil casos diários. Kurz anunciou que o governo vai restringir ainda mais os eventos e estender o uso obrigatório da máscara a lojas e a edifícios onde operem serviços públicos.
O Reino Unido, país europeu com mais mortos pela doença (41.623), registou três mil casos ontem, pelo segundo dia consecutivo. De acordo com o jornal “Sunday Times”, um terço destes casos foram registados em lares de idosos.
Após aplicar uma série de confinamentos locais este mês, novas restrições determinadas pelo governo entrarão em vigor amanhã na Inglaterra, limitando as reuniões sociais a um máximo de seis pessoas.
Ásia em contra-mão
Na Coreia do Sul, pelo contrário, as autoridades locais anunciaram que a partir desta segunda-feira, e por duas semanas, irão suavizar em Seul algumas das medidas de controlo implementadas nas últimas semanas.
No sábado, foram registados 4.806 mortes e 284.827 contágios no planeta. Os países que contabilizaram mais vítimas mortais em 24 horas foram a Índia (1.114), o Brasil (814) e os Estados Unidos da América (523).
O total de óbitos nos Estados Unidos alcança 193.705, com 6.486.401 contágios. As autoridades consideram que 2.434.658 pessoas estão recuperadas.
Depois dos Estados Unidos da América, os países com mais vítimas mortais são o Brasil, com 131.210 mortes e 4.315.687 casos, a Índia (78.586 mortos e 4.754.356 casos), México (70.604 mortos e 663.973 casos) e o Reino Unido (41.623 mortos e 365.174 casos).
Entre os países mais afectados, o Peru regista a maior taxa de mortalidade, com 93 óbitos para cada 100.000 habitantes, seguido pela Bélgica (86), por Espanha (64), pela Bolívia (63) e pelo Chile (62).
A China, sem levar em consideração os territórios de Hong Kong e de Macau, regista 85.184 pessoas infectadas, com 4.634 mortes e 80.399 totalmente recuperadas.
Desde o início da epidemia, América Latina e Caribe registam 309.317 mortes (8.229.215 contágios), a Europa 221.146 (4.471.410), Estados Unidos e Canadá 202.916 (6.622.504), a Ásia 114.518 (6.445.438), Oriente Médio 39.829 (1.671.988), a África 32.501 (1.348.379) e a Oceânia 870 (30.563).
O balanço foi elaborado com os dados divulgados pelas autoridades nacionais e compilados pelas redacções da AFP e com informações da OMS. Devido a correções por parte das autoridades ou ao atraso na publicação dos dados, o aumento dos números publicados nas últimas 24 horas pode não corresponder exactamente aos do dia anterior.
Dependentes de uma vacina, as autoridades tentam fazer com que sejam respeitadas as medidas de protecção, que continuam a gerar polémica em diferentes países. Na Austrália, a polícia prendeu no domingo dezenas de participantes de uma manifestação contra o confinamento em Melbourne, que reuniu cerca de 250 pessoas.
Na véspera, manifestantes na Alemanha e na Polónia protestaram contra as medidas de controlo do coronavírus e o uso da máscara. Do lado oposto, milhares de manifestantes pediram no domingo em Bruxelas melhorias no sistema de saúde do país, fortemente atingido pela doença, com cerca de 100 mil casos numa população de 11,5 milhões de habitantes.
Com mensagens como “Enfermeiras maltratadas = pacientes em perigo”, profissionais da área de saúde exigiram novas contratações para melhorar a qualidade do atendimento, e aumento salarial.
No Líbano, 90 capacetes azuis da ONU mobilizados no sul do país testaram positivo para o novo coronavírus, de acordo com um porta-voz da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul). Os soldados foram colocados em isolamento.
Leave a Reply