A linha de metro ligeiro que devia atravessar o centro da cidade deixou de ser uma prioridade para o Executivo liderado por Ho Iat Seng. O esclarecimento foi esta terça-feira prestado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, o macaense Raimundo do Rosário.
“Acho que no curto prazo não vamos [avançar], até pelas prioridades que estão aqui definidas eu penso que os senhores já perceberam a coisa”, disse Raimundo do Rosário aos jornalistas. O secretário para os Transportes e as Obras Públicas falou à imprensa à margem de uma apresentação do Plano Director de Macau (PDM), documento estrutural que deverá nortear o desenvolvimento do território até 2040.
“Neste plano não está. Eu penso que é muito difícil fazer o metro dentro de Macau, acho que é do domínio do óbvio”, acrescentou Rosário.
Com a linha da Taipa já em operações, o Governo deu a entender que ligação a Hengqin – e à rede ferroviária de alta velocidade da República Popular da China – é uma das prioridades para o próximo ano. Esta terça-feira foram abertas as propostas para a construção da linha de Seac Pai Van e o Executivo tem ainda em mãos a ligação da linha da Taipa à estação multimodal de transportes que se encontra em fase final de construção na zona da Barra: “Está vista qual é a prioridade do Governo ou pelo menos a prioridade dos próximos tempos do Governo”, disse o governante.
Raimundo do Rosário lembrou, contudo, que o PDM prevê que o plano seja revisto de cinco em cinco anos e não excluiu a possibilidade de, nessa altura, o entendimento poder vir a ser outro.
Prometida há mais de uma década, a única linha operacional neste momento serve a ilha da Taipa desde Dezembro do ano passado, tem 11 estações e custou 10,2 mil milhões de patacas ao erário público.
A consulta pública sobre a Linha Leste do metro ligeiro já tinha sido definida pelo Governo como um dos trabalhos prioritários das Linhas de Acção Governativa (LAG) deste ano.
Questionado sobre o prazo e o preço da empreitada mais mediática que consta no Plano Director de Macau – a construção da chamada linha leste do metro ligeiro, que ligará a ilha da Taipa e as Portas do Cerco – Raimundo do Rosário admitiu perante os deputados à Assembleia Legislativa que não conseguia responder por não ter informação suficiente, mas que pretendia avançar brevemente com a adjudicação do projecto. A resposta não entusiasmou os membros do hemiciclo, uma vez que a empreitada de construção da linha da Taipa se prefigurou por significativas derrapagens financeiras, bem como incumprimentos crassos nos prazos de execução.
Com 7,65 quilómetros de extensão, a nova linha do metro vai abranger um total de seis estações entre a zona norte da península e a ilha da Taipa, ligando a fronteira com a China continental à zona que serve o Aeroporto Internacional e o terminal marítimo em cerca de 15 minutos. Já a extensão do metro até à Barra, no sul da península de Macau, deverá estar pronta até 2023, com a ligação a ser feita através do piso inferior da ponte Sai Van.
Esta sexta-feira procedeu-se à abertura de propostas da linha que vai ligar a linha da Taipa à zona de Seac Pai Van. Todas as propostas – dez no total – foram admitidas, com preços que variam entre os 896 milhões de patacas e mais de 975 milhões de patacas e prazos de execução de entre 490 e 820 dias de trabalho. O início da empreitada da linha- com uma extensão de 1,6 quilómetros – está previsto para o final deste ano.
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