França torna uso de máscara obrigatório na região de Paris

A França ordenou o uso obrigatório de máscaras em toda a região de Paris para conter o aumento das infecções pelo novo coronavírus, disse o primeiro-ministro, Jean Castex, na quinta-feira. O responsável político alerta que o surto poderia sair de controle se uma acção rápida e decidida não for adoptada.

“O vírus está a disseminar-se por todo o país”, disse Castex numa conferência de imprensa, ladeado pelos ministros da Saúde e da Educação. “A disseminação da epidemia pode tornar-se exponencial se não agirmos rapidamente.”

O chamado rácio “R” de reprodução de infecções subiu para 1,4, disse Castex, o que significa que  cada dez pessoas infectadas com o  novo coronavírus infectarão, por sua vez, outras 14. Um rácio “R” acima de um pode causar um crescimento exponencial.

A França tornou o uso de máscaras obrigatório em espaços públicos fechados, como lojas e bancos, a 21 de Julho, e no início de Agosto as máscaras tornaram-se obrigatórias em locais cheios a céu aberto da capital, como a basílica de Sacré Coeur, em Montmartre.

O porta-voz da Câmara Municipal de Paris disse que a decisão de ampliar a ordem a toda a cidade foi tomada pelo governo e que ainda não está claro quando entrará em vigor.

Castex, que supervisionou a saída do país do isolamento antes de ser indicado para o cargo de primeiro-ministro em Julho, disse que é necessário que a vida continue, mas garantiu que a França não baixará a guarda e lembrou que os especialistas que aconselham o Governo alertam para uma segunda vaga da pandemia  no Outono.

As lcenças custeadas pelo Estado salvaram empregos e permitiram um aumento dos gastos dos consumidores durante o Verão, incitando uma reacção económica que pode fazer a economia francesa contrair menos do que os 11 por cento previstos, disse o ministro das Finanças, Bruno Le Maire.

A França relatou 5.429 novas infecções diárias na quarta-feira, uma nova alta pós-isolamento e um nível que não era visto desde o auge da pandemia, ocorrido no começo de Abril.

As infecções estão a disparar entre os jovens, disse Castex, que exortou os avós a não irem buscar os netos à escola quando o ano lectivo começar, no  dia 1º de Setembro.