
Um político e magnata ucraniano tornou esta semana público um documento da sua colecção particular que, segundo ele, é um fragmento da Bíblia de Gutenberg, o primeiro livro alguma vez impresso. Os especialistas não descartam a possibilidade, mas dizem que o opúsculo tem de ser autenticado.
A Bíblia de Gutenberg foi produzida através de uma prensa de caracteres móveis inventada por Johannes Gutenberg na Alemanha, no século XV. Restam apenas algumas dezenas de volumes e os investigadores têm dificuldade em recolher informações sobre fragmentos dispersos.
Viktor Medvedchuk, um deputado ucraniano pró-Rússia, listou o fragmento numa declaração de bens, um artifício que se tornou obrigatório para cargos eleitos na sequência de uma reforma da legislação anti-corrupção promovida pelo Governo de Kiev.
Esta semana, Medvedchuk exibiu o documento – uma única folha, com duas colunas em preto e vermelho – em Kiev, durante um encontro com jornalistas da Reuters. O magnata revelou que adquiriu o fragmento em 2011 por recomendação de consultores, mas não indicou quanto teve de despender: “Comprei de imediato e, sinceramente, nem tentei regatear o preço”, disse Medvedchuk, cuja colecção de livros antigos contém cerca de 8 mil volumes, incluindo primeiras edições de obras de poetas como Alexander Pushkin e Taras Shevchenko.
Num leilão em Dezembro de 2016, conduzido na Sotheby’s, em Nova York, uma única folha de uma Bíblia de Gutenberg foi vendida por 47.500 dólares.
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