A Comissão Europeia acusou na terça-feira a Rússia e a República Popular da China de realizarem campanhas de desinformação durante o pico da pandemia de coronavírus na União Europeia (UE) para tentar “minar o debate democrático”. Bruxelas pediu ainda mais dinheiro para lutar contra a ameaça do coronavírus.
“Alguns países terceiros, notadamente a Rússia e a China, lançaram (…) campanhas de desinformação sobre o COVID-19 na União Europeia e em todo o mundo, para minar o debate democrático, exacerbar a polarização da sociedade e melhorar a sua própria imagem”, diz um documento ao qual a agência AFP teve acesso.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e a vice-presidente da Comissão responsável por Valores Mobiliários e Transparência, Vera Jourova, apresentaram o documento esta quarta-feira, na tentativa de combater a desinformação ligada à pandemia.
Em Abril, o grupo de trabalho sobre desinformação da UE já tinha alertado contra “um impulso coordenado” de fontes oficiais chinesas para desviar a culpa da pandemia, originada na República Popular da China.
O coronavírus alimentou uma guerra geopolítica na qual o Ocidente acusa Pequim e Moscovo de promoverem histórias falsas ou enganosas sobre a pandemia.
Borrell, que realizou uma reunião por videoconferência com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, na terça-feira, pediu aos países do bloco, que actualmente estão a negociar o futuro orçamento plurianual da Uniao Europeia, mais dinheiro para combater a desinformação: “É claro que precisamos de mais recursos”, disse o chefe da diplomacia europeia numa conferência de imprensa , em que fez a apologia de uma”narrativa positiva”, além de apelar ao reforço do combate às notícias falsas.
O documento da Comissão Europeia considera ainda que as redes sociais devem esforçar-se mais para para promover informações precisas sobre o vírus e limitar os conteúdos falsos ou enganosos: “Os investigadores e as organizações da sociedade civil têm um papel crucial a desempenhar, mas as plataformas não lhes deram poder suficiente durante a actual crise de saúde pública”, diz o documento.
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