Pyongyang anuncia corte de comunicações com Seul

A Coreia do Norte anunciou esta terça-feira a intenção de cortar todas as linhas de comunicação directa com a Coreia do Sul, no que diz ser o primeiro passo para encerrar todas as formas de contacto com Seul, informou a agência de notícias estatal KCNA.

Ao longo dos últimos dias, o regime de Pyongyang ameaçou fechar o gabinete de representação que mantém na zona desmilitarizada, bem como outros projectos se o Executivo de Seul não impedir que desertores norte-coreanos enviem folhetos e outros materiais para o outro lado do Paralelo 38.

As autoridades norte-coreanas, incluindo a irmã do líder Kim Jong Un, Kim Yo Jong, e Kim Yong Chol, vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, defenderam “que o trabalho direccionado para o Sul deve mudar completamente e focar-se em actividades contra o inimigo ”, de acordo com a KCNA.

Como primeiro passo, ao meio-dia desta terça-feira, a Coreia do Norte encerrou as linhas de comunicação que mantém num gabinete comum de representação e as linhas directas entre os dois exércitos e ambos os gabinetes presidenciais, adianta a agência.

A decisão prefigurar-se como um revés no âmbito do degelo das relações ocorrido ao longo dos dois últimos anos.  Seul e Pyongyang permanecem tecnicamente em guerra porque o conflito que assolou a península entre 1950 e 1953 terminou com um armistício e não com um tratado de paz.

O povo norte-coreano “ficou revoltado com o comportamento traiçoeiro das autoridades sul-coreanas, com quem ainda temos muitas contas para resolver”, escreve a KCNA, que acusou as autoridades sul-coreanas de permitir irresponsavelmente que os desertores prejudiquem a dignidade da liderança suprema de Pyongyang.

“Chegamos à conclusão de que não há necessidade de enfrentar cara a cara as autoridades sul-coreanas e não há qualquer problema em discutir com elas”, disseram as autoridades norte-coreanas, citadas pela KCNA.

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