Milhares de residentes da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong desafiaram esta quinta-feira as proibições impostas pela autoridades do território vizinho e concentraram-se no Victoria Park para assinalar os 31o aniversário do massacre ocorrido a 4 de Junho de 1989 na Praça da Paz Celestial.
De acordo com a agência France Press, milhares de residentes acenderam velas em várias zonas residências da antiga colónia britânica, mas centenas de outras pessoas levaram o desafio às autoridades mais além e retiraram as barreiras instaladas pela polícia no Victoria Park, recinto onde todos os anos se juntam milhares de pessoas para a vigília de homenagem às vítimas do massacre de Tiananmen.
Pela primeira vez em mais de três décadas, as forças de segurança do território vizinho negaram autorização para a realização do certame, justificando a proibição com os riscos de contágio pelo novo coronavírus: “Há 30 anos que venho todos os anos aqui para recordar a memória das vítimas da repressão do 4 de Junho e este ano é ainda mais importante”, disse à France Presse um homem de 74 anos.
“Estou aqui porque Hong Kong vive o mesmo género de repressão levada a cabo pelo mesmo regime, tal como o que se passou em Pequim”, afirmou o idoso, acrescentando que se trata de uma acção pacífica. “Não temos armas. Aqui o que nós podemos fazer é falar”, considerou.
O desafio à proibição decretada pelas autoridades da vizinha Região Administrativa Especial materializou-se escassas horas depois de o Conselho Legislativo ter aprovado o controverso projecto de lei que criminaliza ofensas contra a “Marcha dos Voluntários”, o hino da República Popular da China. Os movimentos pró-democratas veem o diploma como um atropelo à autonomia do território.
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