
Com dificuldades para conter as lágrimas, a Chefe do Executivo da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong, Carrie Lam, garantiu esta quarta-feira numa entrevista a uma estação de televisão que não “vendeu Hong Kong” (“sold out Hong Kong”, na expressão original).
A entrevista à TVB foi gravada esta manhã, antes das forças de segurança da antiga colónia britânica terem disparado balas de borracha, gás lacrimogéneo e munições com sacos de feijão contra um grupo de manifestantes que protestavam em Admiralty.
Na entrevista exclusiva concedida à TVB, Carrie Lam lembrou que a proposta de lei da extradição foi debatida durante meses pela sociedade da vizinha RAEHK e reiterou que este é o momento adequado para que o poder legislativo discuta o documento. A Chefe do Executivo deu a entender que o Governo não tenciona suspender o processo legislativo.
Recorrendo a uma analogia em que vestiu a pele de mãe, Carrie Lam explicou que não pode ceder sempre que o filho a confronta com exigências. A Chefe do Executivo de Hong Kong defendeu que, a curto prazo , até poderia beneficiar de uma relação mais profícua com o filho se procurasse satisfazer todas as suas exigências, mas a longo prazo estaria a educar um adulto mimado que a poderia culpar no futuro por esta não sido capaz de lhe oferecer uma educação mais rigorosa.
A líder do Governo de Hong Kong não conseguiu conter as lágrimas quando foi confrontada com as acusações de que terá traído ou “vendido Hong Kong”: “Cresci aqui, no meio das pessoas de Hong Kong”, disse Lam. “O meu amor por esta terra levou-me a fazer muitos sacrifícios pessoais”.
Carrie Lam não fez qualquer aparição pública, nem emitiu quaisquer declarações desde terça-feira. A entrevista concedida à TVB foi gravada esta quarta-feira, por volta das oito e meia da manhã.
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