
Jovens alunas que estudam em algumas das melhores universidades da República Popular da China estão a vender os seus óvulos por um preço que pode ir até aos 100 mil yuan cada, revelou esta terça-feira o jornal chinês Beijing Youth Daily.
Apesar de a lei chinesa proibir o comércio de óvulos humanos, a procura por casais que não podem ter filhos continua a ser alta, de acordo com a publicação.
O desempenho académico, altura e aparência são as três características mais valorizadas. Mulheres que possuem essas características conseguem cobrar até 100 mil yuan por cada óvulo comercializado.
As doadoras “comuns” recebem cerca de 10.000 yuan . Há também quem troque os óvulos por um ‘smartphone’ novo, detalha o jornal. De acordo com a investigação, as transacções ilícitas são arranjadas por um intermediário, embora alguns casais prefiram procurar a doadora directamente.
O Beijing Youth Daily escreve que a infertilidade é a principal razão que leva as famílias a recorrer a este esquema.
A República Popular da China, país onde vive cerca de 18 por cento da população mundial, aboliu a 1 de Janeiro de 2016 a política do filho único pondo fim a um rígido controlo da natalidade que durava desde 1980. Para casais em idade avançada, a medida veio, no entanto, tarde demais. A reportagem revela ainda que alguns hospitais particulares fornecem óvulos a intermediários.
Os hospitais injectam grandes doses de hormonas na doadora ao longo de 10 dias, para estimular a produção de ovos a uma taxa muito mais rápida do que o normal.
Em 2016, dois intermediários foram detidos em Cantão, capital da vizinha província de Guangdong, por recolherem óvulos de uma mulher, que teve que remover um ovário mais tarde devido a complicações médicas.
Segundo a legislação chinesa, a compra e venda de óvulos é proibida e só pode ser doada como gesto de caridade.
Contudo, a alta procura por serviços de fertilização ‘in vitro’, desde que a política de filho único foi abolida, tem alimentado o comércio ilícito.
Leave a Reply