Pintura pouco conhecida de Renoir leiloada em Novembro

Fotografia: Art Institute of Chicago/Unsplash

Uma pintura do pintor francês Pierre-Auguste Renoir que retrata o seu filho Jean Renoir e sua ama, tido como uma “obra-prima da intimidade”, foi apresentada nesta quinta-feira em Paris. A obra vai ser colocada a leilão a 25 de Novembro. 

É uma das obras menos conhecidas de Renoir, mas uma das mais pessoais. Intitulada “A Criança e os Seus Brinquedos – Gabrielle e o Filho do Artista, Jean”, esta pintura “tem um valor estimadi entre 1 milhão e um milhão e meio de euros, de forma muito razoável”, explicou o leiloreiro Christophe Joron-Derem, em declarações à Agência France Press.

A tela a óleo, de 54 x 65 cm, retrata Jean Renoir, o segundo filho do pintor – futuro cineasta renomado – sentado no colo da sua ama, Gabrielle Renard, enquanto brinca com pequenas estátuas.

Trata-se de uma “obra-prima da intimidade” do pintor, disse Joron-Derem. O leiloeiro da casa de leilões Drouot, onde o quadro vai ser leiloado no final de Dezembro, caracteriza a pintura como extremamente rara: “Sabe-se que apenas dois temas foram pintados deste modo por Pierre-Auguste Renoir. Uma pintura muito semelhante está no acervo da Galeria Nacional de Arte, em Washington”, acrescentou. “Este quadro é uma obra muito, muito importante devido ao seu formato e à época em que foi pintado. Demonstra verdadeiramente o perfeito domínio de Renoir sobre a sua arte”, considera, por sua vez, Pascal Perrin, historiador da arte especializado na obra do pintor.

Pintado entre 1890 e 1895, o quadro pertenceu a Jeanne Baudot, única aluna e amiga íntima do artista. Baudot guardou-o até sua morte em 1957, na sua casa em Louveciennes, nos arredores de Paris, onde Renoir montou o seu atelier.

A obra foi posteriormente legada ao seu “filho espiritual” Jean Griot — membro da Resistência durante a Segunda Guerra Mundial e membro do gabinete do general de Gaulle, e posteriormente editor do jornal Le Figaro na década de 1970 — antes de ser preservada pelos seus herdeiros até à sua morte em 2011: “É uma pintura que nunca saiu da família, que nunca tinha sido vista e que nem sequer constava do inventário de Wildenstein”, uma referência importante no mundo da arte, afirmou o leiloeiro.

A tela já foi autenticada e recebeu um número de referência para constar no inventário oficial do pintor.

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