O comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, defendeu na segunda-feira que os confinamentos que começaram em várias cidades chinesas devido ao coronavírus, caso sejam longos, poderão ter consequências económicas na Europa, juntando-se ao impacto negativo da guerra na Ucrânia.
“Se durar, haverá repercussões”, advertiu Breton numa entrevista na emissora de rádio France Inter ao referir-se aos confinamentos que foram decretados em áreas urbanas importantes para a produção de elementos estratégicos de exportação, como os semicondutores.
Breton destacou as fortes restrições que as autoridades chinesas estão a impor numa zona entre as cidades de Shenzen e Cantão, com uma relevante actividade no sector electrónico.
O comissário europeu assinalou que, com a situação actual, apenas pelo impacto conhecido da guerra na Ucrânia, a economia europeia poderá perder um ponto de crescimento e a inflação deverá subir.
No entanto, salientou que a incerteza é grande e que é “muito difícil” fazer previsões.
Em qualquer caso, Breton salientou a necessidade de “ser bastante flexível” na gestão da situação, em particular com a política monetária, referindo que “é melhor que as taxas (de juro) não subam demasiado”. O responsável político recordando que em 2022 continuará a haver “uma inflação muito significativa”.
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