Hong Kong adia eleições para a chefia do Governo

Fotografia: Cheung Yin/Unsplash

O Governo de Hong Kong anunciou a decisão de adiar o escrutínio para eleger o novo chefe do Executivo para oito de Maio. A antiga colónia britânica enfrenta o pioro surto de Covid-19 desde que a pandemia teve início. Ao longo da última semana, a praça financeira registou diariamente milhares de novas infecções.

Carrie Lam, actual chefe do Executivo de Hong Kong, anunciou no fim-de-semana que o acto eleitoral será adiada por seis semanas, a contar do dia 27 de Março, já que a sua realização das eleições acarretaria “riscos para a saúde pública”.

O chefe do Executivo da Região Administrativa Especial Chinesa é eleito por um comité de apenas 1.462 pessoas, que inclui deputados, representantes de várias sectores profissionais e representantes pró-Pequim, como os deputados de Hong Kong à Assembleia Nacional Popular da China.

Até ao momento, foram vários os candidatos – incluindo o produtor de cinema Checkley Sin e o empresário Titus Wu – que confirmaram que têm o objectivo de concorrer. Ainda não é claro se Carrie Lam se vai recandidatar à liderança do Exevutivo.

No fim-de semana, Lam anunciou também que tenciona testar toda a população da cidade, para despistar a Covid-19: “Uma das medidas que estamos a preparar, com muita seriedade, é o teste universal obrigatório. Vamos testar toda a gente em Hong Kong”, disse a chefe do executivo, numa conferência de imprensa. “Os testes obrigatórios e um bloqueio completo da cidade não têm que andar de mãos dadas. Depende da situação real. No nosso caso, tendo examinado a situação única em Hong Kong, provavelmente faremos testes universais para todos, mas testando mais vezes”, admite a responsável.

Lam deu como exemplo Macau, que testou toda a sua população duas vezes para procurar refrear a disseminação do vírus. Macau tem uma população inferior a 700 mil pessoas, ao passo que a população da antiga colónia britânica é dez vez superior.

As autoridades de saúde de Hong Kong disseram na quinta-feira que os hospitais do território atingiram 90 por cento da sua capacidade e que as instalações de isolamento e quarentena estão cheias.

Os novos casos diários em Hong Kong ultrapassaram os 2.000 pela primeira vez na segunda-feira. No fim-de-semana foram relatadas mais de 3.600 novas infecções locais.

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