A plataforma Wix, com sede em Israel, admitiu na sexta-feira que cometeu um “erro” ao remover uma página pró-democracia de Hong Kong, após um pedido das autoridades policiais da antiga colónia britânica. A página já foi restabelecida, mas acredita-se que seja a primeira vez que a polícia de Hong Kong usa a lei de segurança nacional para solicitar a plataformas estrangeiras a censura de conteúdos.
Um dos principais activistas do movimento pró-democracia de Hong Kong, Nathan Law, que fugiu de Hong Kong para o Reino Unido no ano passado, tweetou na quinta-feira que o Wix havia retirado o www.2021HKCharter.com, uma página criada por activistas estrangeiros que pede democracia na antiga colónia britânica.
Law publicou uma carta da polícia de Hong Kong ao Wix em que solicita que a plataforma removesse um portal de conteúdos “que podem constituir crimes contra a segurança nacional”.
O documento dizia que os funcionários do Wix sujeitavam-se a ser multados e presos por seis meses caso se recusassem a cumprir a ordem. Law explicou que a página foi retirada na segunda-feira e que mais tarde ele próprio tentou convencer o Wix a restaurá-lo.
O portal ficou novamente activo assim que o activista tornou o caso público: “A página foi retirada do ar por engano”, disse um porta-voz do Wix num e-mail à AFP na sexta-feira: “Revimos a nossa análise inicial e percebemos que a página nunca deveria ter sido removida. Queremos pedir desculpar por isso”, assegura o responsável. “Também estamos a rever o nosso processo de controlo para (…) garantir que estes erros não ocorrem novamente”, acrescentou o comunicado.
Para reprimir a dissidência em Hong Kong, Pequim impôs uma lei de segurança nacional e também concedeu à polícia poderes para censurar a Internet.
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