Apoio a Taiwan é “sólido como uma rocha”, esclarece Joe Biden

O compromisso dos Estados Unidos da América com Taiwan é “sólido como uma rocha”,  declarou o governo norte-americano na noite de sábado, depois de vários aviões chineses terem entrado no espaço aéreo da ilha nacionalista.

As declarações são as primeiras sobre Taiwan desde a posse do novo presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, na quarta-feira passada.

O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse num comunicado que “observa com preocupação a tendência actual da República Popular da China de intimidar os seus vizinhos, incluindo Taiwan”. O governo norte-americano exortou “Pequim a cessar as suas pressões militares, diplomáticas e económicas” contra a ilha.

Taiwan separou-se da China continental no final da guerra civil em 1949. Os 23 milhões de habitantes da ilha vivem sob ameaça constante de uma invasão  por parte da China continental, cujos dirigentes consideram a ilha como parte do seu território.

Apesar dos laços diplomáticos que mantém com Pequim, Washington é o maior aliado militar de Taipé.

A China, que se opõe a que os demais países mantenham relações oficiais com Taiwan, tenta isolar a ilha no âmbito diplomático.

O antigo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, reforçou os contactos com Taiwan durante o braço de ferro diplomático e comercial que manteve com a China.

O gigante asiático mostrou  o seu desejo de abrir uma nova era nas relações bilaterais com o governo Biden. Na quinta-feira, Pequim pediu a Washington que “lide com os problemas relacionados com Taiwan de forma cautelosa e apropriada para evitar prejudicar as relações entre a China e os Estados Unidos da América”.

Biden deve manter, no entanto, uma linha dura em relação a Pequim, já que a protecção de Taiwan conta com forte apoio entre democratas e republicanos nos Estados Unidos da América.

No ano passado, a aviação chinesa entrou 380 vezes na zona de defesa aérea de Taiwan, um recorde, e essa tendência parece continuar após a chegada ao poder do democrata Joe Biden.

De acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan, 13 aviões chineses, incluindo oito bombardeiros e cinco caças, penetraram na sua zona de defesa aérea no sábado.

O jornal americano The New York Times informou que a República Popular da China também enviou 15 aviões, incluindo 12 caças, para esta zona este domingo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan agradeceu aos Estados Unidos pelo seu apoio, “apesar das pressões actuais de Pequim”.

Num sinal de que a manutenção desse apoio se vai manter, a representante de Taiwan nos Estados Unidos foi oficialmente convidada para a cerimónia de tomada de posse de Biden, pela primeira vez desde que Washington decidiu, em 1979, reconhecer a autoridade de Pequim.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan disse que foi a primeira vez, em décadas, que o comité organizador da cerimónia da tomada de posse “convidou formalmente” um enviado taiwanês.

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