
Num claro desafio aos mais incrédulos, uma barreira contra inundações protegeu Veneza pela segunda vez de uma maré alta. O fenómeno teve o leito da lagoa em que está situada a cidade como palco nesta quinta-feira, depois de ventos fortes terem começado a empurrar a água para dentro da cidade.
O sistema de 78 comportas, conhecido como Mose, teve um primeiro desempenho bem-sucedido no início de Outubro e voltou a mostrar o seu valor, ao poupar Veneza a uma maré que as autoridades tinham previsto pudesse chegar a 135 centímetros. Com este nível, normalmente metade da cidade ficaria debaixo de água.
O organismo italiano responsável pela vigilância das marés disse no Twitter que a maré alcançou 141 centímetros em áreas sem a protecção do Mose, ao passo que em Veneza não passou dos 52 centímetros, deixando as praças e travessas livres.
As inundações de Veneza – “acqua alta” em italiano – são causadas por uma combinação de factores exacerbados pelas mudanças climáticas: da elevação do nível dos mares e das marés anormalmente altas à subsidência da terra, que reduziu o nível do solo veneziano.
Das 23 marés já registadas acima do nível de 140 centímetros, 14 ocorreram nas últimas duas décadas, sendo que cinco ocorreram no mês de Novembro, quando a Praça de São Marcos ficou submersa sob um metro de água.
O Mose deveria ter entrado em funcionamento em 2011, mas foi prejudicado por esquemas de corrupção, por derrapagens financeiras e por atrasos na construção.
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