Desde o início da pandemia e até 18 de Abril, os EUA poderão ter registado cerca de 6,4 milhões de casos de COVID-19 mas apenas confirmado cerca de 700.000, o que significa que o número de contágios foi “largamente subestimado” e que 89 por cento dos casos não foram detectados.
Os dados são revelados por um estudo publicado na quarta-feira na Nature Communications e liderado por Jade Benjamin-Chung, do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Universidade de Berkeley, na Califórnia. O estudo recorda que o primeiro caso conhecido e confirmado de COVID-19 nos Estados Unidos remonta a 21 de Janeiro.
A partir de aí, nos primeiros meses da crise sanitária, os Centros de Controlo de Doenças dos Estados Unidos da América recomendaram que fosse dada prioridade aos testes a doentes hospitalizados, com tendência a apresentar sintomas moderados ou graves.
No entanto, estudos sugerem que 30 a 70 por cento dos indivíduos que dão positivo nos testes do vírus apresentam sintomas ligeiros ou podem não ter nenhum.
A partir destes dados, os autores tentaram estimar a incidência real da pandemia em cada estado utilizando uma análise probabilística.
O estudo conclui que entre 28 de Fevereiro e 18 de Abril, o número total de contágios por SARS-CoV-2 foi de 6.454.951 (19 por cada 1.000 pessoas), uma estimativa 9 vezes superior ao número de casos confirmados durante o mesmo período (2 por cada 1.000 pessoas) e que sugere que 89 por cento das infecções não foram documentadas.
A maior parte desta diferença (aproximadamente 86 por cento) deveu-se a testes incompletos, enquanto o resto se deveu à precisão limitada dos testes, de acordo com o estudo.
Por estado, os investigadores constataram que a incidência da COVID-19 foi mais alta no Nordeste, Centro-Oeste e na Louisiana.
Em contraste, o número de casos foi muito subestimado em Porto Rico, Califórnia e em alguns estados do sul.
Em 33 estados, o número estimado de infecções foi pelo menos 10 vezes maior do que o número de casos confirmados.
Os autores do estudo salientam que embora o método utilizado forneça uma imagem realista da carga da infecção real num determinado momento, não permite analisar o padrão de transmissão nem fazer previsões sobre a propagação do vírus.
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