A empresa chinesa superou a sul-coreana Samsung e tornou-se a líder mundial no volume de vendas de telemóveis no segundo trimestre, graças ao crescimento da procura interna, informou na quinta-feira a consultor Canalys.
A Huawei, que enfrenta sanções dos Estados Unidos e uma queda acentuada no volume suas vendas fora da República Popular da China, vendeu 55,8 milhões de telefones no período, superando pela primeira vez a Samsung, com 53,7 milhões, de acordo com a Canalys.
Este é o primeiro trimestre em nove anos em que uma empresa que não a Samsung ou a Apple lideram o mercado, destacou a consultora. As sanções norte-americanas “derrubaram” as vendas da Huawei fora da China continental, mas a atividade interna cresceu e a empresa domina por completo o mercado doméstico.
Mais de 70 por cento dos smartphones da Huawei são vendidos na República Popular da China, onde a Samsung tem uma parcela muito pequena do mercado, um sinal de “excepcional resistência”, indicou a Canalys.
As vendas da Huawei no exterior, no entanto, caíram quase um terço no segundo trimestre. De acordo com o analista Mo Jia, da Canalys, o cenário demonstra que apenas a força do mercado doméstico chinês “não será suficiente para manter a Huawei no topo quando a economia global começar a recuperar”.
A Huawei, líder mundial de equipamentos de redes de telecomunicações, tornou-se um objeto de disputa entre Pequim e Washington, que alega que o grupo representa uma ameaça para a segurança. O governo dos Estados Unidos decidiu afastar a Huawei do seu mercado e iniciou uma campanha global para isolar a empresa.
O Reino Unido cedeu à pressão americana e adiantou este mês que vai retirar a Huawei de sua rede de internet móvel 5G até 2027, apesar das ameaças chinesas de represália.
A decisão significa que as empresas terão que interromper as compras de equipamentos 5G da Huawei a partir do próximo ano e trocar o material já instalado até 2027.
Na quarta-feira, o embaixador dos Estados Unidos da América em Brasília fez uma advertência sobre as “consequências” para o Brasil caso o país escolha a Huawei para desenvolver a nova geração da tecnologia de telecomunicações.
Austrália e Japão já adoptaram medidas para bloquear ou restringir a participação da empresa chinesa nas suas redes 5G e várias operadoras de telecomunicações europeias, como a norueguesa Telenor e a sueca Telia, deixaram de comprar equipamentos da Huawei.
A justiça dos Estados Unidos da América também exige a extradição da executiva da Huawei Meng Wanzhou, que acusa de fraude, um caso que complica as relações entre a China e o Canadá, país onde Meng se encontra em prisão domiciliar.
Meng, directora financeira da Huawei, foi detida em dezembro de 2018 em resposta a um mandato norte-americano quando fazia uma escala em Vancouver (Canadá) e desde então está a tentar, a todo o custo, evitar a extradição.
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