
A Comissão Organizadora do Arraial de São João confirmou esta quinta-feira que a mais popular das celebrações de matriz portuguesa de Macau não se vai realizar este ano. O arraial, que habitualmente se apropria do empedrado dos arruamentos do Bairro de São Lázaro, foi cancelado devido às “incertezas e restrições” geradas pelo novo coronavírus.
Num pequeno comunicado publicado na rede social Facebook, a Comissão adianta que a não realização do Arraial resultou de uma deliberação unânime das associações e entidades que integram o organismo.
À pandemia de Covid-19, assinala a Comissão, deve-se o cancelamento do evento: “As incertezas e restrições impostas pela pandemia do Covid-19 comprometeram seriamente esta possibilidade, pelos encargos que teríamos que assumir desde o início”, escreve o organismo. “Apelamos à compreensão de todos e reiteramos os nossos agradecimentos à Direcção dos Serviços de Turismo de Macau e outros organismos e autoridades públicas, habitualmente envolvidos no apoio a esta iniciativa, naquela que seria a 14.a edição, pela sua incessante abertura e incentivo”, lê-se no comunicado.
Na semana passada, Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses – uma das colectividades de matriz portuguesa que dinamizam o certame – lembrou, em declarações ao semanário “O Clarim” que o Arraial começa a ser preparado com vários meses de antecedência e que a incerteza em que o surto epidémico do novo coronavírus mergulhou Macau e o mundo tornou insustentável a organização da festa do padroeiro da cidade: “Esta situação era absolutamente incompatível com a visão de se poder vir a organizar o Arraial”, assumiu o dirigente. “Nós, enquanto Comissão Organizadora, não podíamos estar à espera que a situação acalmasse e o número de infecções começasse a abrandar, até porque é necessário assumir certos compromissos com alguma antecedência. Há despesas que têm que ser feitas e têm que ser feitas de forma antecipada”, esclareceu Senna Fernandes.
Para além da Associação dos Macaenses, a popularíssima festa do padroeiro de Macau é impulsionada também pela Casa de Portugal, pela Associação dos Jovens Macaenses, pela Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, o Instituto Internacional de Macau e a APOMAC – Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau.
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