
As filhas do deputado Au Kam San, detidas há uma semana pela Polícia de Segurança Pública por terem homenageado as vítimas do Massacre de Tiananmen frente à Igreja de São Domingos, no centro da cidade, defenderam esta quinta-feira, em declarações à agência Lusa, a iniciativa pró-Pequim que decorreu na sexta-feira passada.
Cherry e Christy Au, que se encontram a ser investigadas pelo Ministério Público pelo crime de reunião ilegal, defenderam que os organizadores da manifestação de apoio à implementação, por parte de Pequim, da lei da segurança do estado na vizinha RAEHK são livres de expressar a sua opinião: “Eles são livres de expressar a sua opinião. Não concordamos com a opinião deles, mas têm todo o direito de fazerem o que querem. A polícia está a ser razoável com eles, mas não connosco”, defenderam as duas jovens, em declarações à agência noticiosa portuguesa.
Cherry e Christy Au foram detidas na noite de quinta-feira, 4 de Junho, por se terem apresentado no Largo do Senado com duas velas e um folheto sobre o Massacre da Praça da Paz Celestial. As duas irmãs são acusadas pelas autoridades do território de terem protagonizado uma reunião ilegal, depois das homenagens às vítimas do Massacre terem sido banidas devido à pandemia de Covid-19. Um dia depois, uma iniciativa de apoio ao Governo Central que reuniu cerca de quatro dezenas de pessoas passou despercebida às forças de segurança, que garantiram que só tomaram conhecimento da parada Pró-Pequim através dos meios de comunicação social.
As irmãs Au vivem no Reino Unido, onde estudam fotografia de moda e bioquímica: “Vimos sempre a Macau nas férias de verão. Na minha mente parecia tudo sempre razoável, por isso é uma espécie de surpresa para mim [o que aconteceu] e, francamente, um pouco ridículo”, desabafou Christy, de 25 anos. “É estranho, definitivamente. Nós costumávamos pensar que estávamos numa cidade democrática”, acrescentou Cherry.
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