China. Lucros da indústria caíram 36,7 por cento no primeiro trimestre

Os lucros dos principais grupos industriais na República Popular da China registaram uma queda homóloga de 36,7 por cento, nos três primeiros meses do ano, devido ao impacto do surto do novo coronavírus, indicam dados oficiais esta segunda-feira divulgados.

Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês (GNE), os ganhos entre Janeiro e Março fixaram-se nos 781.450 milhões de yuan (102.340 milhões de euros).

A queda nos lucros da indústria na China agravou-se, depois de ter recuado 6,3 por cento, em Dezembro passado, antes do início do surto, e 3,3 por cento, no conjunto de 2019, face ao ano anterior, face a uma prolongada guerra comercial com os Estados Unidos.

Para este indicador, as estatísticas chinesas consideram apenas empresas industriais com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan (2,5 milhões de euros).

Entre os 41 sectores abrangidos pelas estatísticas do país, 39 registaram uma redução nos lucros no primeiro trimestre do ano.

Entre os sectores mais afectados destacaram-se a indústria do petróleo, carvão e outros combustíveis (uma queda de 187 por cento), automóvel (-80,2 por cento), maquinaria (-84,3 por cento), indústria química (-56,5 por cento) e têxtil (-38,8 por cento).

Os lucros das empresas da indústria do tabaco e de alimentos processados aumentaram 28,5 por cento e 11,2 por cento, respectivamente.

O estatístico do GNE, Zhang Weihua, disse que a retomada da produção está a acelerar e que os lucros corporativos revelam algumas “mudanças positivas”. Em 28 de Março, entre os 41 sectores analisados, todos registaram melhorias face aos dois primeiros meses do ano.

“Os lucros das empresas do sector electrónico e de alimentos passaram de negativos para positivos, enquanto em outros sectores, como o químico, os lucros caíram menos do que nos meses de Janeiro e Fevereiro”, disse.

Zhang ressaltou que “a procura não recuperou totalmente” e que “os preços dos produtos industriais caíram”.

O Gabinete justificou a queda nos lucros com as restritas medidas de prevenção adoptadas para travar a propagação do novo coronavírus, que paralisou o país, sobretudo no mês de Fevereiro, sendo que em Março houve uma retoma gradual da actividade económica.

As medidas de prevenção adoptadas pelas autoridades chinesas incluíram restrições à movimentação de centenas de milhões de pessoas ou o encerramento forçado de estabelecimentos.

A economia chinesa, a segunda maior do mundo, contraiu 6,8 por cento, em termos homólogos, no primeiro trimestre do ano, após ter praticamente paralisado durante quase dois meses.

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