Um medicamento anti-viral experimental da farmacêutica Gilead Sciences preveniu a doença e reduziu a gravidade dos sintomas em macacos infectados com a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), uma infecção similar ao novo coronavírus com origem na cidade chinesa de Wuhan e que se espalhou rapidamente pelo país e pelo mundo, concluiu um estudo publicado na quinta-feira.
Os resultados, reportados no jornal “Proceedings of the National Academy of Sciences”, aumentam as esperanças de que a droga, chamada remdesivir – e que passa actualmente por testes clínicos na China – possa ser eficiente contra o novo vírus que infectou cerca de 60 mil pessoas no mundo todo, matando mais de 1400, quase todas na China.
O remdesivir, no entanto, já se tinha mostrado eficiente na protecção de macacos infectados com o vírus Ebola, mas o mesmo não sucedeu em seres humanos: “Não foi bem-sucedido com o Ebola, mas há indícios de que possa ter sucesso contra os coronavírus”, disse o dr. Anthony Fauci, director do Instituto Nacional para Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (Niaid), numa entrevista concedida recentemente.
Cientistas do Instituto testaram o remdesivir em macacos 24 horas antes da infecção com o vírus da Mers e em outros macacos 12 horas antes da infecção, o intervalo de tempo nos primatas até que o vírus atinja o auge da actividade.
Os resultados foram comparados com os de macacos não tratados num grupo de controlo. Após seis dias, todos os animais não tratados adoeceram.
Nos macacos tratados antes da infecção, o remédio pareceu prevenir a doença. Animais que integravam o grupo não mostraram sinais de infecção, tinham níveis significativamente mais baixos do vírus e não apresentaram danos pulmonares.
Nos animais tratados após a infecção o desempenho do fármaco também foi melhor que no grupo de controle, com os animais a apresentarem quadros menos graves, níveis menores do vírus nos pulmões e menos danos pulmonares severos, concluíram os cientistas.
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