Atento a riscos, Governo promete defender autoridade da China

O Governo está “muito atento” aos riscos de segurança oriundos de territórios vizinhos, numa altura em que os protestos na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong não dão mostras de abrandar. O Executivo está apostado em defender a autoridade da República Popular da China, disse esta segunda-feira o chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On.

“A polícia vem sendo intransigente na execução e cumprimento da lei, assim podendo garantir o controlo da situação da segurança geral”, sublinhou Fernando Chui Sai On, num discurso realizado no plenário da Comissão de Defesa da Segurança do Estado Região Administrativa Especial de Macau.

Contudo, ressalvou o governante, que preside à Comissão, o Executivo “deve manter-se muito atento às influências provenientes da vizinhança, susceptíveis de afectar a sociedade de Macau e, bem assim, ao alargamento dos potenciais riscos”.

O território, defendeu o chefe do Governo e presidente da comissão, citado num comunicado das autoridades, tem de saber preparar-se “não só para prevenir como também para dar as respostas que se mostrarem necessárias, no sentido de manter a paz e a estabilidade da sociedade de Macau”.

O esforço contempla, frisou, a “defesa da soberania do Estado e da autoridade do Governo Central”, até para que “possa bem receber as próximas (…) grandes comemorações e actividades políticas, nomeadamente o 70.º Aniversário da República Popular da China [a 1 de Outubro], o 20.º Aniversário do Retorno de Macau à Pátria e a transição do Governo [a 20 de Dezembro]”, com a tomada de posse o novo chefe do Executivo.

Os protestos na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong começaram em Junho passado e têm sido marcados por violentos confrontos entre polícia e manifestantes, com crescentes exigências, entre as quais consta a do sufrágio universal e um inquérito independente à acção policial.

Em Agosto, três episódios marcaram a discussão pública e política em Macau.

Primeiro, a proibição de uma manifestação e posterior actuação policial no dia e no local para onde estava convocada um protesto contra a alegada brutalidade policial em Hong Kong.

Depois, a deslocação da polícia ao Instituto de Formação Turística porque dois estudantes empunhavam cartazes de apoio às reivindicações pró-democracia na vizinha Região Administrativa Especial.

Finalmente, no mesmo contexto dos protestos de Hong Kong, quando a polícia abordou quatro pessoas porque se encontravam a fazer colagens no espaço público, sem que tal tenha levado à sua detenção.

A transferência de Macau e de Hong Kong para a República Popular da China, em 1997, decorreu sob o princípio “Um País, Dois sistemas”.

Para ambas as Regiões Administrativas Especiais chinesas foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa.

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