
Manifestantes que se opõem à polémica proposta de lei da extradição começaram a ocupar, às primeiras horas da manhã desta segunda-feira, as principais artérias do centro da cidade. O novo protesto realiza-se no dia em que as autoridades da vizinha Região Administrativa Especial celebram o 22º aniversário da transferência da soberania do território entre o Reino Unido e a República Popular da China, em 1997.
Perante a concentração de manifestantes nas principais vias da cidade, a Polícia usou bastões de borracha e gás pimenta para dispersar um grupo de pessoais que tinham instalado barricadas na zona de Wanchai.
A cidade foi sacudida por importantes protestos nas últimas três semanas, em numa série de manifestações impulsionadas por um projecto de lei que autoriza a extradição de quem viva em Hong Kong para jurisdições terceiras com as quais a antiga colónia britânica não tinha acordo prévio, como é o caso da República Popular da China.
Na madrugada de segunda, grupos de jovens encapuzados ocuparam e bloquearam as três principais auto-estradas de Hong Kong com barreiras metálicas.
As manifestações refletem o receio dos moradores de Hong Kong perante a crescente influência do governo Central, com a ajuda das elites da cidade, que permanecem manifestamente pró-Pequim.
Durante o dia de domingo já se redor do Parlamento da cidade entre manifestantes pró e contra o Governo, na véspera do aniversário da transferência de soberania do território entre o Reino Unido e a República Popular da China em 1997.
Dezenas de milhares de pessoas, muitas delas com bandeiras chinesas, reuniram-se perante as instalações do Conselho Legislativo para expressar apoio à polícia, que enfrenta críticas quase generalizadas por utilizar gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes.
A manifestação, que contou com a presença de deputados do campo Pró- Pequim e de antigos agentes das forças de segurança, decorreu sem incidentes.
Quando a multidão dispersava, alguns manifestantes dirigiram-se a pequenos grupos de manifestantes pró-democracia que estão acampados nas proximidades do Conselho Legislativo há mais de três semanas: “Traidores! Agitadores!”, gritaram os manifestantes pró-Governo, enquanto várias pessoas se aproximavam dos opositores com ofensas e empurrões.
A polícia teve que actuar para ajudar os manifestantes pró-democracia a sair do local.
A antiga colónia britânica é palco, desde há várias semanas, de protestos contra a proposta de revisão da lei da extradição. O Governo congelou o debate do polémico texto, mas as manifestações continuaram.
Uma multidão tentou bloquear o quartel-general da polícia de Hong Kong em duas ocasiões, como protesto depois que os agentes terem recorrido a gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar um protesto a 12 de Junho.
A polícia, acusada de abuso, defendeu a sua actuação e considerou o protesto um distúrbio。
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