
Milhares de tubarões de sub-espécies em risco de extinção morrem todos os anos no Atlântico Norte devido à falta de protecção e aos excessos da actividade pesqueira em águas internacionais. O alerta foi feito pela Greenpeace esta quarta-feira . A organização aponta o dedo às frotas pesqueiras de Portugal e de Espanha.
Navios pesqueiros que se dedicam principalmente à captura de peixe-espada na região pescam em conjunto quatro vezes mais tubarões do que a espécie cobiçada. A análise, que tem por base o peso dos animais pescados, é feita pelo grupo ambientalista Greenpeace num relatório baseado na investigação conduzida pelo “Esperanza”, um navio da organização que esteve na região no início do ano.
“É totalmente imoral matar tubarões e outro tipo de fauna através do recurso a estas terríveis práticas de pesca”, declarou num comunicado Will McCallum, da campanha Proteja os Oceanos, lançada pela organização não governamental, numa alusão ao uso de longos espinhéis com milhares de anzóis.
“Estamos a apontar o dedo aos culpados no mar, mas precisamos com urgência de um tratado forte e de limites mais estritos à indústria da pesca para proteger os nossos oceanos”, acrescentou.
O tubarão-anequim (Isurus oxyrinchus), o mais veloz dos mares, e o tubarão-anequim-preto (Isurus paucus) são duas das espécies mais pescadas no Atlântico Norte, segundo o Greenpeace. Ambas as sub-espécies são consideradas espécies “em risco” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Os pesqueiros espanhóis e portugueses que exploram o Atlântico Norte capturam até 25 mil tubarões-anequim por ano, de acordo com a investigação da Greenpeace.
A organização ambientalista lembra que perder os tubarões, que estão no topo da cadeia alimentar, pode resultar no aumento exponencial dos peixes de menores dimensões, que consumiriam uma quantidade maior de alimento, colocando em causa o equilíbrio dos ecossistemas.
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